M A N H Ã D E P Â N I C O PT 1

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- acorda logo mano!
Marcus abriu os olhos e a primeira visão que teve foi a de Jp lhe encarando, ele tratou de vestir rapidamente sua blusa pois costuma dormir sem e se levantou.
- bom dia, é... Que horas são?
Subitamente Marcus olha para os buracos da cela e vê que ainda está de noite.
- são umas 4:30 da manhã mais ou menos, vamos, a rapaziada descolou café e pão aqui pra nós, come bastante que hoje o bagulho vai ficar louco.
O estômago de Marcus ronca, ele não tinha jantado nem almoçado por isso estava quase vomitando de fome.
- glória que tem algo pra comer.
Enquanto se dirigia até a mesa onde os alimentos estavam, Jp foi acompanhando Marcus lhe dizendo tudo sobre seu plano.
- então, o corre é o seguinte Marcus, arrumei as chaves daqui do portão da cela e vai dar pra sair.
- conseguiu mesmo mano? Caralho!
- tô te falando, até os guardas daqui estão vendidos, ofereci meu balão pra eles e os caras aceitaram na hora.
- balão? É...
- balão é maconha Marcus, porra geral fala isso aqui dentro. Fica ligado que aqui o que mais tem é gíria.
- ok entendi, certo continue falando do plano.
- pois então, umas sete da manhã a gente abre a cela aqui e sai pra iniciar os planos, consegui a chave da cela do dex então vai ser mole. A gente abre e bem você sabe o que eu farei né?
- vai arrebentar o dex né?
- exato e você pode fazer o que quiser.
- bem eu quero te Ajudar a bater no dex tbm, esse cara me bateu pra caralho e eu vou descontar.
- boa a gente bate junto então, só te peço que me deixe antes dar uma boa surra nele e depois o finalizar.
- o finalizar? Como assim?
JP retira uma faca do bolso da calça e diz.
- você sabe Marcus, nas leis da favela e principalmente nas minhas leis, você não manda alguém pro hospital, você a manda pro cemitério, não fiz isso quando pude com dex porque ainda o considerava um amigo e não consegui o matar. Mas agora ele não passa de um inseto que eu vou pisar com toda a minha força.
Marcus engoliu seco, matar dex não estava nos seus planos pra aquele dia. E ele sabia que isso podia comprometer seus planos.
- então você vai matar o dex né?...  Bem... Então tá.
Marcus afirmou, ele sabia que a essa altura não havia mais pra onde correr então o jeito seria ver onde isso tudo dava.
Algum tempo passou e Marcus estava encostado no seu colchão esperando a hora e suando frio só de imaginar se algo desse errado.
- Marcus, toma isso aqui.
JP deu à Marcus uma arma, um revólver na verdade. O ferro brilhava e tinha duas letras cravadas: FC
- desculpa Jp mas eu não Posso aceitar.
- você deve aceitar Marcus, a partir daqui às coisas vão ser insanas e tu precisa se defender. E também... Sei lá eu tenho um pressentimento de que uma hora você será obrigado a usar isso.
- mas eu não sei usar isso.
- é como nos filmes Marcus, você coloca o pente, puxa aqui atrás pra recarregar e engatilhar, e aperta o gatilho quando tiver o alvo na mira.
Enquanto dizia isso Jp lhe mostrava passo a passo e apontava para a cela de dex.
- certo e essas iniciais?
- querem dizer faculdade criminosa e bem, é uma das maiores facções criminosas de são Paulo.
- caralho isso passou na mão de um membro de facção?
- claro ué eu não te disse? Eu fazia parte dessa facção antes de vir pra cá.
- caraca isso é insano.
- pois é mano, bem guarda com você, e se não usar hoje você, usará um dia certamente.
- tá eu vou aceitar...
Enquanto olhava para a arma admirado pois nunca havia pegado uma nas suas mãos, Marcus pensava se atiraria em dex ou não. Ele decidiu por não fazer porque Jp poderia não gostar. Sendo assim...
- muito bem galera, cês tão ligados no objetivo né? Botem pra foder com esse presídio, tratem de segurar ao máximo os guardas pra eu e o Marcus podermos ter o tempo que queremos com o dex, ok?
Todos responderam sim.
- aí sim, se não voltarmos vivos hoje, quero que saibam que foi muito foda os tempos aqui, vocês realmente fizeram a diferença pra mim nessa merda de lugar.
Alguns segundos se passaram e Jp abriu a cela.
- perfeito galera agora, é com a gente!
Todos os garotos da cela de Jp foram correndo pelos corredores gritando coisas como: a faculdade criminosa está de volta!
Marcus se perdia no meio de tanta gente correndo. Ele parou, olhou ao redor do viu o cenário de caos que se reproduzia ali. Com as pessoas correndo, gritos e barulhos altos. E... Marcus sorriu, ele se sentia bem nesse cenário, por mais que nunca tivesse se imaginado nele. Marcus não se sentia bem no reformatório em si mas, na ocasião de caos sim. Marcus apenas se deixaria levar dali em diante!
Até breve...

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