I

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O que somos, se não retratos do passado?
Riscos disformes na terra.
Pedaços de seres quebrados,
Dor lancinante que o amor encerra.

Os olhos embaçados,
Emaranhados no breu.
Enxergam traços acabados,
Do peremptório destino meu.

Os pés no chão, descalços,
Sentem o fervilhar de uma vida amarga.
O caminho sem nenhum percalço,
Dor no peito, nas costas a carga.

O escuro, pela janela, frondoso,
Perpétuas almas baldadas.
Pelas frestas, o caminho insidioso,
Revela a trajetória frustrada.

Todos os dias são sintônicos,
Dentro de minha alma, apagada está a chama.
E ainda que permita sentimentos harmônicos,
Pela guerra, meu ser desinsofrido, clama.

Chão de giz (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora