VIII

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Acreditei ser o seu eleito,
Seu amado, o seu chão.
Mal sabia o que depois seria feito,
Com meu maltrapilho coração.

Sua alma agora é podre,
E enquanto eu tento me reerguer,
Derrama seu vermelho véu por sobre
Todos os cacos do meu ser.

Conheceu-me inteiro,
Sem feridas, jovem moço,
Agora esse sofrimento é derradeiro,
E minhas estilhas embatem no fundo do poço.

Desprendo-me de ti com pesar,
Já sabendo que não sente nada.
Meus braços eram seu lar,
E hoje, apenas alimento minh'alma enclausurada.

Temo sentir saudades tuas,
Mesmo que eu não passe de cacos soltos.
Afinal neste mar de sensações cruas,
Deixei meu espírito ser envolto.

Chão de giz (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora