VII

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    Esta angústia que me arrebata,
    Pela exulceração de meu ser fragmentado.
   Obriga-me a transfazer minha vida pacata,
   Tira-me o desejo de estar ao seu lado.

   Peste que me corrói as entranhas,
   Que revira meu corpo ao seu bel prazer.
   Vívida chama que minha alma estranha,
   Faz-me recuperar o desejo de viver!

   Afaste de mim seu réprobo desejo,
   Não me enganes mais com suas trapaças.
   Pois todas as saídas que agora vejo,
   Resumem-se em entregar-me ao pó, às traças.

   Acaso não tens piedade,
   Desse pobre homem mal-afortunado?
   Ou também está longe da sanidade,
   E cede aos impulsos do pecado?

   Finge que não me vê ao seu lado,
   Enquanto entrego-me inteiramente.
   Infausto, infeliz, inditoso e infortunado,
   Procurando uma saída para o que o peito sente.

Chão de giz (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora