IX

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Eu poderia simplesmente ir embora,
Pegar minhas malas e fugir daqui,
Mas quando o faço, minh'alma chora,
Pelos fragmentos que me restaram de ti.

O amor, nada mais é que um martírio,
Descobri da pior forma essa conjuntura,
Esmagando meu peito com duro estírio,
Apagando as cenas desta urdidura.

Lá fora ninguém sabe,
Que aqui nesta casa mora um infeliz,
Que seca suas feridas a força,
Que transforma a dor em cicatriz.

A minha pele carrega as marcas desse turbilhão,
E os meus olhos a penúria,
Extremos da minha terrível afecção,
Decadentes traços dessa lamúria.

Arranco-te de mim à força,
Nem que para isso minha vida também se vá.
Entre a morte e a vida, tu és a forca,
É o desejo de partida, que em mim há.

Chão de giz (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora