VI

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  Existe um soez mal interno,
  Causando-me terrível prognose.
  Transformando minh'alma em inferno,
  Afundando-me em uma atroz hipnose.

  Suas fotografias, pela casa, espalhadas,
  São como facas a dilacerar-me o peito.
  Tornando minha mente repleta de quimeras encantadas,
  Refletindo o que me ceifa com efeito.

  Caem do céu, raios luminosos,
  Enquanto o peso de sua falta me mata.
  Minhas pernas e braços desidiosos,
  Fazem meu corpo desabar em cascata.

  Lembrei-me de ti em minha amada cama,
  Abafados por lençóis de puro fio,
  Desejo que meu ser inflama,
  Agora, de agrura, minh'alma é rio.

  Suplico que desapareça,
  De dentro de mim arranque o apreço.
  Por mais que minha vida, de ti, careça,
  Não posso pagar desmesurado preço.

Chão de giz (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora