XIV

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   Já quase no final desta pena,
  Vejo no canto do quarto uma pétala solta.
  E essa suavidade da escuridão que chega amena,
  Mostra o breu no qual minh'alma está envolta.

  Ah, as rosas vermelhas,
  Lembrei-me de quando, tímida, as espreitava.
  Com o verde dos teus olhos de esguelha,
  Antes de me dizer que decerto me amava.

  Sempre lhe comparei a elas,
  Tão forte, imponente e sem meias palavras.
  E a sua beleza que era como luz nas trevas,
  Deixava-me como vulcão, queimando feito lava.

  Os espinhos que machucavam seus dedos,
  Não quiseste retirá-los, nem um sequer.
  Pois o que a fazia sangrar, retirava seus receios,
  Dizia que a fazia menos menina e mais mulher.

  O brilho que enxergava em tuas pupilas fulgentes,
  Não mostrava quão forte era a dona das esmeraldas,
  Sua fortaleza provinha da canção que antigamente,
   Escorria de seus lábios vermelhos como cereja em calda.

   Tudo que digo pode parecer um despautério,
   E é, de certa forma, uma sandice,
   Rosas são sinônimo de amor e mistério,
   Lembro-me de quando isto me disse.

   A lembrança de ti fica mais leve a cada instante,
   E a dor de te ver ir embora já não lateja,
   Mesmo que siga com ardor amando-te,
  Cansei-me de me desgastar nessa peleja.

   Guardarei as pétalas que representam o melhor de ti,
   E mostram quão forte pode ser uma rosa,
  As despedaçaste antes de partir,
  Mas elas resistem mais que ervas venenosas.

  O vermelho tornou-se sem vida,
  Contudo, ainda é possível vê-lo de longe.
Assim como os pedaços de minha alma combalida,
  Que desse martírio deletério ainda é a fonte.

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Dei a essa única poesia o nome de "Canto das rosas de esmeralda", e a dedico à minha amiga, patty_queiiroz
❤️🌹

Chão de giz (Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora