18. Sentimentos

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Marie

Olho para o relógio pela milésima vez! O que está acontecendo, onde o Edgar está? Ele não me ligou e já são 21h20 da noite, estou ficando preocupada, ele nunca foi disso, sempre me liga ou aparece de surpresa.

Já se passaram mais vinte minutos, vou ligar.

- Sim. Escuto uma voz rouca e baixa, nem parece o Edgar.

- Edgar? O que está acontecendo?

- Marie por favor, por favor vem aqui. O escuto chorando.

- Mas o que aconteceu? Me dá seu endereço.

Depois de uma certa dificuldade em falar em meio ao choro ele conseguei me passar o endereço. Pego meu casaco e chamo um táxi, passo o endereço e logo ele arranca em direção ao meu destino. olho pela janela e começo a pensar, tudo é tão recente tão novo para mim, estou com um homem maravilhoso que está sofrendo por algo que não sei o que é. Tudo que eu queria nesse momento era poder estalar os dedos e aparcer ao lado dele, ele já passou por tanta coisa.

Meu coração está apertando, e o motorista me avisa que cheguei. Saio do carro e vejo um portão médio todo branco e metalizado. Um muro branco, muito branco com ramos de flores azuis, estou olhando para aquela arte viva caída por cima do muro, e preparando meu coração para enfrentar uma grande maré escondida ali por trás.

Abro o portão cuidadosamente e vejo uma casa linda mas muito sombria, fico logo preocupada. Corro até a porta, quando vou tocar a campainha a porta começa se abrir lentamete com o vento. Um arrepio passa por minha espinha, abro a porta e grito por Edgar. Ouço um choro vindo do único lugar com luz e acalmo meus passos e ando lentamente até o Edgar, meus olhos se enchem de lágrimas quando vejo ele encolhido no chão como uma criança endefesa. Seus olhos refetem medo e um pouco de raíva.

Sento ao seu lado e pego sua mão com força e carinho, ele está desmontado, destroçado e em pedaços com as mãos apoiadas na cabeça. O agarro em meus braços e ele me aperta quase me sufocando.

- Não chora, não chora. Falo afangado seu rosto e olhando em seus olhos verdes brilhantes pelas lágrimas.

- Ele está vivo, ele se parece tanto comigo. Por que tudo isso foi acontecer? Deus o que você quer de mim? Fala apontando para um acaixa no chão ao seu lado.

Pego a caixa e fico chocada? Como isso pode estar acontecendo e logo com o Edgar? Quem teria coragem de fazer isso com ele? Envolver uma criança tão pequena nessa história é de mais, não consigo pensar em quem poderia fazer isso. Ele está sofrendo por algo que não deveria. Até então ele achou que o filho tinha morrido junto com a Dianna naquela mostruosa tragédia!

- Edgar não sei o que falar, estou chocada. Isso é inacreditável. Nunca pensei .... nunca pensei que isso poderia acontecer. Ele me abraça mais uma vez, está tão frio e desesperado que apenas aperto entre meus seios.

Queria nesse momento poder tirar todas suas dores e as transferir para mim, quero apenas o ver sorrindo e feliz, como sempre foi até agora. Estou com o coração na mão, mas alguém tem que dar apoio e conforto. A foto que está em minha mão é de uma criança linda e bem parecida com Edgar.

- Temos que ir a policia, vamos ver o que podemos fazer. Deve ter alguma impressão digital nesse embrulho. Ele fica em silêncio.

Por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora