23. Sentimento de traição

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Marie

Depois de muita luta o Edgar conseguiu pegar no sono, tudo era de mais para uma pessoa poder raciocinar bem. 

O dia brilha lá fora e eu lembro que preciso fazer umas compras lá para casa, vejo que Edgar ainda dorme e o deixo assim, com uma expressão triste no rosto. Vou, mas com o coração na mão.

Sigo antando até o mercado, olhando famílias felizes e de mãos dadas. Será que algum dia eu e o Edgar vamos ter uma família assim? Olho para a pulseira em meu braço, perdida em meus pensamentos.

- Que linda pulseira, foi o Edgar que te deu? Acordo assustada do meu devaneio.

- Olá Samuel, desculpa, estava pensando e nem te vi. Sim foi ele.

- É mesmo linda, fico feliz que agora esteja com uma boa pessoa, só lamento essa situação toda, é mesmo tudo, muito chocante.

- Eu sei, mas infelizmente aconteceu. Ele não merece tudo isso, ele é uma ótima pessoa mesmo.

- Lamento muito, estou fazendo todo o possível para poder descobrir tudo. Já tomou o café da manhã?

- Na verdade nem tive tempo.

- Então que tal irmos tomar o café da manhã enquanto falamos melhor? Isso até me lembra dos nossos velhos tempos de amizade.

- Hum, claro vamos. 

É muito reconfortante ter Samuel aqui comigo, ele sempre foi um grande amigo e por motivos da vida fomos separados. Tenho muita sorte de ter reencontrado ele, ainda mais nesse momento. Talvez foi um amigo que a vida me trouxe de volta.

Samuel

Depois de quase ter acordado com as galinhas finalmente Marie sai da casa daquele idiota.

Tive que ser muito cauteloso para ela não me descobrir, mulheres em geral são mais espertas para perceber presenças de outras pessoas, mas claro, eu fui muito bem treinado para essas situações. Chegamos num local bem movimentado, uma feira talvez e resolvo por o meu plano em prática.

Conversa vai, conversa vem, a chamei para tomar o café da manhã. Eu pedi um café e alguns pães de queijo. Ela apenas pediu um copo de leite e um pão com manteiga. Comemos com calma, parecia até que eu havia voltado no tempo, mas eu não sou o mesmo Samuel que ela conheceu a muito tempo atrás.

- Marie você mudou muito, quer dizer, você sempre foi bonita, mas quando te reencontrei fiquei de boca aberta. Vejo ela ficando bem nervosa.

- Bem, obrigada. Isso é obra de uma amiga, ela me ajudou a montar um novo guarda roupa e me deu dicas.

- Sua amiga fez um ótimo trabalho.

Sinto que ela ficou bem envergonhada, ela mudou, mas nem tanto.

- Desculpa Marie, mas quando te encontrei a pouco você estava indo em algum lugar?

- Sim, no mercado comprar algumas coisas que faltam lá em casa.

- Então vamos, vou te ajudar. Tenho que fazer o melhor de mim para meu plano dar certo.

- Não precisa Samuel, obrigada.

- Vamos, não custa nada. E eu não tenho nada para fazer hoje.

Por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora