BETSY
Me aconchego mais no meu travesseiro, mas um som irritante da campanhia continua insistente no meu sonho.
O som do latido do Théo é tão distante que nem me importo, porém o barulho na porta é persistente no meu cérebro.
Abro os olhos devagar e respiro fundo, com muito custo pego meu celular e dou um pulo da cama, quando vejo a hora.
São sete e quarenta e corro para o banheiro e escovo os dentes.
A campanhia volta a tocar, então não era um sonho.
No meu desespero cuspo a água da boca e corro para abrir a porta.
O porteiro do prédio deve ter urgência em falar comigo, pois se não for ele, não tenho ideia de quem seja.
Eu abro a porta e quase tenho um colapso.
Levi está ali em pé na minha porta, lindo vestindo um terno cinza, e camisa preta sem uma gravata, que contrasta com sua pele cor de chocolate, e para me deixar mais desnorteada usa um óculos escuros escondendo seus olhos.
E eu estou na minha camiseta que cobre somente minhas coxas e fico com tanta vergonha que sinto meu rosto queimar vermelho.
— Bom dia Betsy!
Levi me olha sério e leva seus olhos por todo o meu corpo depois que ele tira os óculos.
— Como você conseguiu subir, sem que o sr. Fausto me avisasse?
— Digamos que ele é um fã. - Ele dá de ombros. — Você sempre abre a porta vestida desse jeito?
Ele aponta para o meu corpo, completando sua avaliação.
— Digamos que eu achei que fosse o porteiro. - Digo com deboche.
— E não tem problema se fosse ele?
Levi é um homem tão grande que ele ocupa todo o umbral da minha porta.
— Ele é como se fosse meu pai Levi! - Digo brava.
Me irrito com isso que estou sentindo por esse homem, ele é casado caramba!
Entro e deixo a porta aberta, já estou atrasada.
Ele entra e fecha a porta me olhando.
— Mas ele não é seu pai Betsy, e você precisa tomar cuidado!
Ele solta com voz grave olhando ao redor da minha sala.
— Fique a vontade, eu preciso de um banho e me arrumar.
Eu não vou aturar outro homem ditando as regras na minha vida, já me bastou um relacionamento abusivo.
— Agora eu entendo porque você falou que é ruim com horário. - Ele senta no sofá.
Me sinto infantil quando mostro a língua para ele, Levi ri de mim.
Corro para o meu quarto e deixo ele na sala.
Em tempo record, tomo banho, me troco e vou em direção a cozinha fazer um rápido café, sem ele meu dia não começa.
— Gostei do seu apartamento!
O Levi me olha da sala, aonde está acariciando o Théo deitado perto dele no sofá.
— Meu filhote gostou de você, não é todos que tem sua afeição. - Aponto para eles.
— Eu sou irresistível! - Ele diz convencido e sorri.
— Você é tão convencido! - Digo. — Você toma café?
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