BETSY
Estou angustiada e enjoada, não aguento falar com mais ninguém por telefone.
Estou mentalmente esgotada, e queria só deitar na minha cama e dormir, e acordar sabendo que minha vida não está de cabeça pra baixo.
A última ligação que tive foi da Rose me atualizando sobre a escola, por enquanto as coisas estão indo melhor do que eu esperava.
Rose recebeu algumas ligações de pais querendo saber como a escola iria sair dessa situação em que eu estava envolvida, e até que ponto isso ia afetá - los.
Mas o que parece a Rose soube intervir inteligentemente e não houve dano nenhum.
Teve momentos que eu morri de medo, de que todos os pais dos meus alunos iam me ver como uma vagabunda.
Minha sorte que nem todos os seres humanos são julgadores, só teve alguns que chegou a ir até a Estrela Guia para ter garantia que estava tudo bem.
E se deixariam seus filhos estudarem comigo ainda, a Rose me disse que estava tudo bem, e que nenhum deles desistiu, foi o único momento hoje que eu respirei aliviada.
Depois de tomar um banho merecido, deito no meu sofá, mas não consigo parar de pensar no Levi.
Como está sendo para ele tudo isso?
Na mesa da minha sala, mais uma vez meu celular ascende a tela com uma chamada, me estico e pego recebendo a chamada do Fábio.
— Fábio?
— "Betsy estou aqui embaixo, eu queria ver você! - Sua voz um sussurro baixo.
E agora? Eu não quero magoar o Fábio, mas também não quero ter ele aqui no meu apartamento quando estou sozinha.
Ele parece que está mudando, se parece mais com o Fábio que eu conheci na adolescência.
Só que também tem o Levi, que pode chegar de repente e mais uma vez ter uma briga.
Não obrigada, estou muito cansada pra qualquer outro tipo de besteiras.
— Fábio, eu não quero ser rude, mas eu estou cansada, e também estou sozinha, não é uma boa ideia você subir.
Fábio me corta com um tom de voz magoado e acabo chateada também.
— "Eu sou seu amigo Betsy, eu não vou te fazer mal nenhum". - Ele respira fundo. — "Estou me esforçando para ser um homem melhor".
Exalo forte, me levantando.
— Tudo bem, eu vou falar para o senhor Fausto liberar sua entrada, mas Fábio se comporta, ou te coloco para fora na primeira oportunidade.? -
Ele me responde alegremente, eu reviro os olhos divertida.
Quando ele quer, Fábio é a pessoa mais legal que eu conheço.
— Eu sempre me comporto querida.
Dou risada e ligo para a portaria.
Minutos depois abro a porta e sorrio pra ele, o sorriso do Fábio é enorme, ele exala forte e me puxa para os seus braços, num abraço carinhoso.
— Estava preocupado com você.
Ele me solta e passa as mãos pelo seu cabelo que insiste em cair na sua testa.
— Entre Fábio.
Me coloco de lado na porta e depois dele passar por ela, fecho me encostando nela.
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