Entre chorar, vomitar, dormir e vomitar mais um pouco, eu estou exausta.
Lembrar dos olhos dele me olhando com tanta tristeza, faz as lágrimas voltar com mais força aos meus olhos.
O Levi não merecia isso, mas eu também não mereço ser a outra na vida dele.
Olha no que resultou a nossa paixão desenfreada, eu não posso nem imaginar o que vai ser daqui pra frente, o medo me corrói até os ossos, eu posso perder meu bem mais precioso, a Estrela Guia, e se isso acontecer, não sei como vou viver.
Levanto devagar, o enjôo é terrível, mas eu preciso reagir, mesmo a minha cama me chamando insistentemente.
Cada passo que dou, é uma luta, jamais pensei que um pessoinha pudesse fazer isso com a gente, e mesmo assim, eu já o amo com toda minha alma.
Tomo um banho, me sinto um pouco mais como eu, mas ainda é difícil, me preparo pra sair do quarto depois de colocar um vestido e um chinelo.
A campanhia toca.
Minha mãe me olha preocupada assim que abro a porta.
— Betsy você está com uma cara péssima! Você comeu alguma coisa?
Ela dá um beijo no meu rosto, e entra colocando as sacolas em sua mão em cima da mesa.
— Oi Tininha!
Oi meu bem!
A senhora amorosa que cuidou de mim quando pequena me dá um beijo no rosto e entra.
— Você precisa de um caldo de galinha bem saboroso, você vai se senti muito melhor depois. - Ela diz.
— Ai pelo amor de Deus!
Passo as mãos no meu rosto, e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo.
Meu estômago da um nó, só de lembrar do cheiro dos alimentos.
— Betsy você precisa comer alguma coisa, se não por você, e sim pelo meu neto.
— Tudo bem, e vou tentar comer um pouco, depois eu vou na Estrela Guia, estou morrendo de saudade das crianças e preciso sair um pouco, senão vou enlouquecer aqui.
— Eu vou também, você não está aguentando em pé Betsy! Como você vai dirigir?
— Eu vou chamar um carro por aplicativo mãe, hoje a senhora está livre pra fazer as suas coisas.
Minha mãe me olha esperançosa.
— Você vai ficar bem mesmo? — E pode me chamar qualquer hora, eu só vou fazer meu cabelo e unha, e mais tarde eu venho pegar a Cris.
— E vou ficar bem mãe, e obrigada por tudo. —Eu te amo!
Vou até ela e abraço minha mãe, e sinto o cheiro do seu perfume, e por incrível que pareça seu cheiro me relaxa.
— Me ligue, por qualquer coisa...
— Eu prometo mãe!
Dou um sorriso doce pra ela, e seu sorriso de volta, me diz que eu posso contar com ela pra qualquer coisa, e eu a amo por isso.
Depois que minha mãe sai, fez suas exigências fazendo eu e dona Cristina revirar os olhos.
Estou tentando não enjoar com o cheiro dos produtos de manicure, porém voh trocar meu esmalte verde, por um rosa choque, e a trancos e barrancos consigo.
— O caldo está quase pronto Betinha.
Quando ela me chama pelo apelido que ela mesmo me deu, me faz lembrar as bonecas que eu espalhava no sofá, e me fazia de professora delas, a vida era tão boa, descomplicada, e sem emoção.