23 | Simplesmente mais viva

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Monique Price

— Kate? — chamei assim que me sentei ao seu lado no refeitório, um pouco hesitante

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— Kate? — chamei assim que me sentei ao seu lado no refeitório, um pouco hesitante.

— Ah, oi, Monique. — A garota forçou um sorriso fraco, mas logo voltou a fitar seu suco acima da mesa.

Engoli em seco.

— Está acontecendo alguma coisa? — questionei enfim. — Você não atendeu minhas ligações, e quando passei na sua casa hoje para te pegar, você já tinha saído.

— Desculpa — ela murmurou, ainda sem me encarar. — Esqueci de avisar que ia de ônibus.

— Hum, tudo bem. Só fiquei preocupada — disse sinceramente, sem mais saber o que dizer.

Kate vinha se distanciando de mim cada vez mais durante aquelas últimas semanas, e presumi que ela apenas estava ocupada com os estudos. Contudo, comecei a desconfiar de algo mais a partir de dois dias atrás, quando a garota não atendera nenhum dos meus telefonemas, os quais realizava para apenas querer conversar com a única pessoa com quem podia ser sincera.

Passei as últimas quarenta e oito horas após o incidente com meu pai e James ainda pior por sentir que algo estava errado entre mim e minha melhor amiga.

Lancei um último olhar à garota ao meu lado, e, quando tive total certeza de que ela não estava mesmo muito interessada em conversar, decidi manter o silêncio que havia se instalado entre nós.

Eu realmente entendia que Kate devia ter seus próprios problemas e que ela tinha o direito de não ter dias tão bons, assim como eu. Entretanto, ainda tentava descobrir o porquê de sua frieza repentina.

Era inevitável considerar que talvez eu tivesse feito algo de errado com ela, ainda que não fizesse ideia do quê. Não me lembrava de tê-la ofendido de algum modo.

Por fim, decidi ignorar os pensamentos acerca de Kate, ao menos por enquanto. Estava um pouco cansada de revirar minhas memórias e não achar nada que desse alguma pista do que podia ter acontecido para que nossa amizade esfriasse.

Passei a me concentrar então em engolir o lanche que havia trazido de casa enquanto, involuntariamente, revirava o refeitório com o olhar na esperança de encontrar James.

Apesar de nosso distanciamento, eu ainda esperava que ele fosse cumprir sua palavra dada há algumas noites. No entanto, o garoto não parecia estar na escola naquela segunda-feira.

Soltei o ar pela boca quando, mais uma vez, sentia uma saudade genuína de James enquanto também começava a me perguntar, pela provável centésima vez, o que poderia estar acontecendo entre nós.

Mesmo após dias sem fazer nada além de pensar, eu ainda não entendia o porquê de James não ter sido completamente sincero comigo, afinal, não fazia muito sentido para mim que ele tivesse escondido a verdade apenas porque Josh era meu pai. O moreno sempre soubera de minha relação familiar, então não seria como se, ao saber da verdade, eu não fosse acreditar nele ou fosse ter alguma expectativa quebrada quanto a Josh.

Perigosa AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora