26 | Sendo feita de idiota

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Monique Price

A paisagem à minha frente era uma mistura de cores quentes, que, surpreendentemente, pareciam conduzir com meus sentimentos

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A paisagem à minha frente era uma mistura de cores quentes, que, surpreendentemente, pareciam conduzir com meus sentimentos.

Eu me sentia genuinamente contente enquanto misturava um par de cores na tentativa de obter o verde daquele jardim.

Era simplesmente extasiante voltar à ativa após tanto tempo sem conseguir desenhar absolutamente nada. Eu estava enfim recuperando a parte de mim que tinha se perdido quando minha mãe se fora, aquela que era viva o suficiente para conseguir criar algo.

Eu ainda sorria enquanto fazia leves rabiscos para retratar o gramado quando escutei um barulho proveniente da cozinha, o que despertou minha atenção instantaneamente.

Meu pai estava fora para resolver um caso de segunda instância, então, apesar de saber que o som era provavelmente proveniente de Tyler, eu ainda não tinha ideia do que ele estaria fazendo acordado a essa hora.

Não passava das oito da manhã de domingo, e meu irmão, com toda certeza do mundo, não era uma pessoa muito matutina.

Joguei o pincel na pequena vasilha de água ao meu lado e me levantei, já indo em direção à porta da cozinha, que ficava de frente para o jardim onde me encontrava.

— Puta merda! — Tyler resmungou assim que adentrei na casa, assustado, mas logo se apressou a recuperar o ar. — O que você está fazendo acordada?

— O que você está fazendo acordado? — Arqueei as sobrancelhas, já analisando sua bermuda e camisa social, assim como seu cabelo cuidadosamente penteado para trás. — Aonde você vai? — questionei enfim, e ele pareceu ficar um pouco desconcertado.

— Bem, sair. — O garoto deu de ombros, ainda desconfortável.

— Isso eu já percebi, seu pateta. — Soltei um riso nasalar enquanto dava um leve tapa em sua cabeça.

— Não me chame de pateta, pateta. — Tyler me devolver o tapa, e eu forcei uma cara feia.

— Tinha me esquecido do quanto você é infantil. — Revirei os olhos. — Quer que eu prepare um café antes de você sair? — indaguei em seguida, e ele assentiu vigorosamente.

— Sim, por favor.

— Ótimo. Agora você vai ter tempo de me contar para onde vai — retruquei, reprimindo o sorriso enquanto já ia para o lado da cafeteira.

— Ah, Cristo! — balbuciou, sentando-se ao balcão. — Desista, Monique. Não vou te contar.

— Você é ridículo — retruquei, nada contente.

— É, vai ver o defeito é de genética. — Ele fez uma careta, mas logo ficou um pouco mais sério. — Ok, hum... Eu posso te fazer uma pergunta?

— Claro — respondi enquanto colocava a água para ferver.

Perigosa AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora