36 | Fantasmas do passado

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James Mitchell

Não continue sendo o fantasma do qual ela tanto foge

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Não continue sendo o fantasma do qual ela tanto foge.

As palavras de Larry continuavam a ecoar em minha cabeça de modo insistente e quase cruciante enquanto minhas pernas vagueavam perdidamente pelo tempo e pelas ruas de Palo Alto.

Venho observado essa garota por boa parte dos últimos quatro anos, então acredite quando eu digo que ela tem algo quebrado em seu interior. Mas hoje, eu vi algo mudar. Aquele brilho em seu olhar é algo que nunca havia presenciado, e se eu pudesse apostar, diria que ele está ali por sua causa.

Não havia acreditado em nenhuma palavra sequer. Porra, nem mesmo após nossa última conversa, eu podia acreditar por completo.

E, considerando que aquilo fosse mesmo verdade, no fim das contas, como eu poderia não ser o fantasma do qual ela tanto foge? Como poderia impedir que ela fosse para longe de mim outra vez?

Talvez, se eu não houvesse tido a ideia estúpida de procurar por um banheiro, não teria visto as mesmas palavras que eu continha em minha costela esquerda, estampadas também na sua, e então, ainda estaríamos tendo uma conversa quase que civilizada onde eu continuaria a fazer perguntas sobre sua vida as quais passara os últimos quatro anos fazendo a mim mesmo.

Contudo, talvez, se eu tivesse tomado alguma decisão diferente das que eu tomara horas antes, Monique não teria dito que ainda me amava.

E, puta merda, quais outras informações poderiam se comparar a essa?

Nem em mil anos, nada nunca seria mais importante do que as últimas palavras doces e ao mesmo tempo tão angustiantes que saíram de sua boca.

Eu passara tampo demais de minha vida tentando esquecê-la, tentando me conformar que nunca sentiria o que sentira ao seu lado, e todo esse esforço parecia ter sido jogado pelo ralo no instante em que aquelas três palavras chegaram aos meus ouvidos.

Ainda te amo.

Naquele segundo, foi como se não houvesse peso algum dos últimos quatro anos perdurando entre nós. Mais do que tudo, naquele segundo, eu voltara a ser apenas um garoto de dezoito anos, uma criança imprudente e inexperiente na vida, a versão mais feliz de mim mesmo.

Não havia levado muito tempo para me lembrar que eu agora era um homem. Já tinha vinte e dois anos e com responsabilidades de um adulto nas costas.

No entanto, apesar de ter consciência das minhas, das nossas circunstâncias, de que já éramos anos mais velhos, eu ainda sentia um sentimento juvenil e leve sendo nutrido em meu interior.

Monique ainda parecia ser a mesma garota que eu amara há tanto. Ela agora continha uma boca mais suja e também estava um pouco mais segura de si. Entretanto, a loira ainda era doce, paciente e sincera. No fundo, aquela garota ainda parecia ser minha tanto quanto eu parecia ser dela, quase como se a paixão que sentíamos um pelo outro não tivesse envelhecido nem por um segundo sequer.

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⏰ Última atualização: Jul 25 ⏰

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