30 | A pior punição possível

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James Mitchell

James Mitchell

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Não.

Não.

Não.

Essa porra não podia estar acontecendo. Não hoje, não agora.

O que eu fiz?

— Me responda, James — Monique exigiu em um tom mais alto, e aquelas palavras continuaram a ecoar e ecoar em minha mente de um modo simplesmente aterrorizante. Não fui capaz de fazer nada a mais do que tentar conter o pânico que começava a me domar por completo quando comecei a me perguntar como poderia dizer o que havia feito sem machucar a garota à minha frente.

— Do que vocês estão falando, Abigail? — Ela enfim se virou para Abby, que permaneceu tão paralisada quanto eu. — Parem de me tratar como uma idiota.

— Ninguém está te tratando como uma idiota, Monique — Abby rebateu, dando alguns passos em direção ao corredor, onde Monique estava. — Me desculpa por isso tudo. Não era minha intenção fazer você descobrir desse jeito. Eu não sabia que...

— Nos deixe sozinhos, Abigail — intervim instintivamente, o tremor nítido até mesmo em minha voz.

— Descobrir o quê? — a loira insistiu, e o seu desespero fez com que eu perdesse todo o ar de meus pulmões por um instante. — O que você fez, James?

O que eu fiz?

Senti minhas mãos estremecerem instantaneamente e toda extensão de minha pele começar a suar frio.

Ainda tentava forçar meu cérebro a pensar mais claramente em como eu poderia consertar minhas próprias merdas quando Abigail enfim nos deixou sozinhos. Não me senti muito melhor quando fiquei sozinho com Monique, pois ela enfim pôde manter sua atenção por completo em mim.

E, meu Deus, naquele instante em que seus olhos passaram a se fixar somente nos meus, eu soube que nunca poderia esquecer desesperança que tomou conta de suas íris. Eu havia a quebrado e teria de conviver com essa culpa pelo resto de toda minha vida.

Fechei os olhos por um momento para me forçar a desviar minha concentração de sua dor, afinal, eu não podia me dar o luxo de entrar em desespero, de perder o controle. Eu tinha em mente que minhas próximas palavras teriam de ser escolhidas com o máximo de precisão, pois seriam elas que definiriam meu futuro, se é que minha estúpida falta de senso já não o tinha feito.

— Monique, eu não te conhecia. Não sabia quem você era e, principalmente, não fazia ideia do quanto você ia significar para mim.

Foi então que lágrimas começaram a rolar de sua bochecha, e não pude fazer nada além de vê-las caindo.

O que eu fiz?

— Por favor, tente se lembrar de tudo pelo que nós passamos. Lembre-se de que estamos noivos, Monique — minhas palavras saíram em uma angustiante súplica enquanto eu dava um passo em sua direção, e meu coração se partiu um pouco mais quando ela se distanciou em instinto.

Perigosa AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora