Honey, are you still worried?

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Poderíamos definir Jung Yoonoh como um viciado em doces.
Para os amigos que conviviam consigo há mais de dez anos, chamá-lo de formiga - ou formiguinha - era comum, tendo em vista seu vício em doces que vinha de muito antes da infância.

Sua avó foi totalmente responsável:
A idosa sempre fazia bolos, tortas, mousses, pudins e todo tipo de doce que viesse à sua mente, e mesmo quando sua própria filha brigava consigo porque estava entupindo o garotinho de doces, ela retrucava dizendo que na sua época não haviam frescuras, e logo tratava de adicionar mais farinha de trigo na massa de seus bolinhos de chuva e Jaehyun, obviamente, não reclamava nem um pouco dos doces.

Até que chegou a adolescência.

Hormônios, estresse, vontade de sumir e voltar somente naquela fase da vida onde poderia viver uma amplitude econômica e emocional, além, é claro, das pressões diversas.
Seu corpo estava mudando, as tortas comidas em excesso começavam a fazê-lo se sentir culpado por sua barriga estar, agora, mais fofa.

Suas bochechas estavam cheinhas e seu corpo estava saindo do maldito padrão de beleza imposto por algum idiota romano, grego, europeu ou qualquer que fosse a nacionalidade de quem fazia aquelas esculturas estúpidas. Talvez nem fosse por causa daquilo, ele não prestava atenção nas aulas de história, de qualquer maneira.

Mas aquilo tudo fazia mal. Tão mal que parou de comer doces.
Bolos, tortas, suspiros, cupcakes, goiabada e sonhos; todos foram cortados de sua vida naquela época e ele teve que abandonar o hábito do qual gostava tanto somente por insegurança. Ele preferia mil vezes sofrer por vontade de comer um bolo com cobertura do que lidar com comentários sobre seu peso acima da média. Não foi fácil para o garoto passar por aquilo.

Mas teve que superar, junto com a mudança, porque sua família não podia arcar com os custos da única faculdade particular de sua cidade, que inclusive, não tinha o curso com o qual havia criado afeição e interesse.

- Jaehyun, seu idiota! - Johnny o chamava há tempos e ele estava no mundo da lua.

- Hm? - Respondeu desnorteado.
Não havia prestado atenção em nenhuma palavra sequer.

- Estou falando contigo há quase meia hora e tu só responde com "hm" e "pois é". - Reclamou.

- Desculpe, eu estava meio distraído. - Respondeu constrangido.
Ultimamente andava com a cabeça nas nuvens mesmo, precisava sempre pensar em algo importante, ler um livro, fazer um resumo ou estudar, que mal tinha tempo para Johnny e Doyoung (seus melhores amigos desde que tinha se mudado para a capital) ou para ligar pra seu irmão mais novo ou até mesmo para beber água entre suas tarefas do dia.

- Eu estou em pânico! - Deu uma garfada na fatia de bolo que estava comendo. - Preciso pensar em algo para a minha monografia mas não sai nada... eu já ouvi música, fui na biblioteca pra me inspirar mas não sai nada! - Falou de boca cheia enquanto arregalava os olhos. - Se uma ideia brilhante não cair do céu agora, eu surto porque eu vou reprovar!

- Posso tentar te ajudar...- Bebeu um gole de café, o gosto amargo agradou seu paladar.
Depois dos doces, o café e a leitura passaram a ser os vícios do Jung e seus melhores amigos quando estava sozinho. Claro que ao final da semana, levando em consideração a quantidade de café que acabava consumindo, tinha medo de sofrer de alguma doença cardíaca - sua mãe realmente o pusera medo em relação ao consumo de café - mas, felizmente, nada acontecia ao coração de Yoonoh, que continuava bombeando sangue para todo o seu corpo sem nenhum problema.

- De jeito nenhum! - O americano rebateu.

- O teu orgulho é tão grande assim? - O mais novo riu. - Deixa eu te ajudar, que mal tem?

Sweet Boy | Garoto Doce (Jaeyong)Onde histórias criam vida. Descubra agora