Amor ou casualidade?
É engraçado, como o tempo tem mudado tudo, inclusive as pessoas.
A minha vó, na época, tinha uns sessenta e três anos, me contou a história de como ela e meu avô se conheceram. Ela trabalhava em uma mina de carvão, ela tinha uns treze anos. Um dia, houve uma explosão na mina, não houve nenhuma morte. Todos que estavam no túnel, ficaram cobertos pelo pó preto.
Na correria, ela esbarrou em um rapaz que visivelmente não trabalhava lá, por causa das suas vestes limpas. Ele sorriu, e ela retribuiu o sorriso. Semanas depois, eles se encontraram em outra ocasião. Ele, vindo da cidade, e ela indo para um córrego lavar roupas. Ambos se encontraram em uma estrada de terra. Ele à reconheceu pelo sorriso. Se apresentaram, Maria e Benedito, o amor entre eles nasceu, casaram, ficaram juntos até a morte os separar.
O tempo passou, e tudo mudou. As pessoas envelhecem e uma nova geração se concretiza na sociedade artificial. O amor acaba se tornando um prêmio cobiçado por àqueles que demonstram demais. A casualidade tomou o lugar das juras de amor, união, lealdade. Das mãos dadas, de olhares sinceros, de beijos trocados, de amor à sexo.
Àqueles que desejam algo real, é tachado de louco, e debochado por todos.
O que seria de Romeu e Julieta, nesta geração? Seria Romeu um garanhão entre as moças, e Julieta só mais um número em suas conquistas? Ou Julieta seria a moça usando o símbolo da letra Escarlate em suas roupas, propositalmente, para dizer à todos que ela é uma vadia louca por sexo, e Romeu, um jovem que se suicidou por amar demais, e que não soube expressar todo o seu amor?
E você, quem é na geração do tanto faz, tanto fez?
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Textos para serem lidos com o Coração
PoesíaTEXTOS PARA SEREM LIDOS COM O CORAÇÃO, Trata-se de uma coletânea de textos, divididos em três partes, onde o autor fala sobre estar apaixonado, sobre a pressa de chegar e partir do amor, e também sobre sofrer por amor, e depois perceber que não vale...