Eclipse

14 2 4
                                    

- Ferrou tudo.

Tudo aconteceu tão rápido.

Forem até a gente como se fossem animais selvagens procurando sua presa.

Começaram a me segurar por todos os lados, bateram uma placa de metal na cabeça do meu irmão e ele caiu desmaiado no chão.

Olhando para mim como feras famintas começaram a conversar como se nada tivesse acontecido.

Até que me desmaiam também.

Essa já deve ser a quarta vez e não gosto nem um pouco disso.

Tento gritar mas não sai nada.

Dessa vez não teve nada, nenhum sonho, alucinação ou visão, só preto infinito, às vezes eu abria os olhos por um momento e via o que acontecia.

Estavam me medindo depois levava choque depois me mediam de novo.

Botam uma coisa estranha na minha cabeça, botam algo na minha veia.

Me levam até uma máquina bizarra em uma sala futurista.

Ela tem um formato cilíndrico com uma espécie de tampa encima, tem tubos conectados de fora para dentro e uma coloração de filme de ficção científica, tinha pedaços de metal nas laterais e espinhos.

Atrás dela tem uma placa metálica cheia de fios e botões e encima algo que parece um funil metálico gigante com desenhos.

Me jogam lá dentro como se eu fosse um rato de laboratório.

Ligam um botão e o cilindro se fecha na minha cara.

Acordo de repente como se estivessem injetando café no meu sangue, ninguém mais está lá, só eu e um vazio infinito.

E eu nunca estive tão fraca, nem mesmo em todas as vezes que desmaiei só na minha estadia nessa cidade.

Estava pálida e seca, o que estava havendo?

Começo a me tocar para ver se está tudo no lugar, parte do meu cabelo foi cortado e estou com um jaleco branco de hospital, olho minha língua e ela tá quase cinza.

Toco nos meus olhos, eles tinham tirado minha lente de contato, fiquei tonta de novo e lembranças bateram no meu cérebro, o soco que já derrubou minha lente.

Olho para meu reflexo no vidro da cápsula e minha visão se ajusta novamente.

A primeira coisa que tento ver é o meu olho vermelho, mas tem algo errado.

Ele tá quase castanho.

Cadê o vermelho?

Ouço passos fundos descendo a escada, parece que esse lugar é uma espécie de porão, ouço passos encima de mim também, conversas sem sentido e misturadas.

Olho mais longe, lá está ele, o Cupido, assim o chamaram, ele estava olhando para mim e chegando perto.

Aquela era a adrenalina que eu precisava, eu precisava socar ele.

Minha cabeça começou a doer de novo, meu corpo pareceu virar pura pedra.

Fiquei parada ouvindo ele falar.

- Vou te explicar como vai funcionar, essa máquina é nossa última tentativa de fazer o que a humanidade a tanto tempo aspira ter, a habilidade de modificar a linha temporal - Ele me disse.

Eu não queria saber de nada disso, só queria fugir, só queria saber o que houve com meu irmão.

- Essa coisa na sua cabeça vai permitir que nos obedeça, o código que foi mandado para seu cérebro é "salve Lúcia", acho que você não deve ter problema em fazer isso mas precisamos de uma garantia.

A Essência da Morte: O Olho VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora