A Essência da Morte: O Olho Vermelho

Towerkuns

Tudo se transformou em pânico total extremamente rápido.

Saturno estava com feridas e bolhas pelo corpo, estava gritando de dor e murmurando alguma coisa que não dava para entender em meio àquele caos.

A pele estava mais pálida, mas ao mesmo tempo avermelhada em certas partes.

Tudo que eu estava vendo parecia levemente borrado, mas tentei ajudar também a levantar ela. Noite estava tentando estancar o sangue com um pedaço da manga.

A floresta pareceu voltar ao seu estado sombrio e vazio de antes, mas de uma forma quase cômica. Como se estivesse caçoando da situação.

Novamente, nada parecia fazer sentido.

Eu voltei a mim mesma e resolvi ajudar a estancar o sangue.

- Como que isso aconteceu? - eu perguntei - o que está acontecendo?

Saturno parou de gritar por um momento, suas feridas pareciam ter parado de jorrar sangue.

Ela parecia querer falar algo, mas só o que saiam de sua boca eram gemidos e palavras desconexas. Como se seu cérebro tivesse entrado em curto circuito devido à dor.

Não deu para saber quanto tempo se passou, mas pareceram ser horas cuidando para que ela ficasse bem. Cada um de nós parecia estar com os pulmões famintos por um pouco de oxigênio depois de tanto cansaço e drama.

Saturno estava deitado e desacordada, enquanto tentávamos apaziguar a situação dela, seus olhos haviam fechado e seu corpo tinha ficado mole, indicando um desmaio repentino.

Não deu tempo nem ao menos de conversar sobre o que havia acontecido, pois deu para ouvir um barulho de motor de um carro perto de onde estávamos, o que queria dizer que a cidade era por perto.

Todos nós carregamos Saturno nos ombros e continuamos pelo que pareceram ser horas até a floresta finalmente ter terminado.

Por algum motivo, ainda tinha mantido a esperança de que fora daquela mata escura, a luz do sol tocaria em minha pele, mas a sombra escura ainda dominava o céu junto com toda a área da cidade.

Além da mata havia um carro com pessoas de terno dentro, saiu um homem de dentro e começou a falar.

- Somos da organização que você presenciou na igreja dos três dias - falou - viemos trazer vocês o mais rápido possível para o local que será melhor para o feito.

Começou a aparecer outras pessoas, algumas eu já havia visto dentro da igreja, outras nunca tinha visto.

Um deles carregava uma espécie de máquina grande semelhante a uma britadeira só que mais futurística, com botões e fios por todo lado.

- Essa é uma máquina que concentra luz. Apesar de ser um tipo de magia que não pode ser absorvida por seres não vivos, pode ser contida com a tecnologia certa - disse o homem novamente - ela precisa ser posta em um local alto o suficiente e apontada diretamente para o céu, onde a escuridão ficou mais concentrada na cidade.

- Como vocês... Fugiram? - perguntou meu irmão - vimos um bando de policiais armados invadindo a igreja.

- Muitos de nós já sabia o que iria acontecer, além disso tem um caminho pela esquerda da igreja que ao atravessar toda a mata, chega para fora mais rápido - Explicou ele - mais especificamente em uma estrada, apenas pegamos os carros que tínhamos escondido na floresta e corremos, apesar de que acho que algum de nós se perdeu porque pude ouvir um tiro para cima no caminho, provavelmente para sinalizar a localização.

"Parece que vocês são extremamente importantes e espero que saibam disso. Desde o começo estivemos de olho em vocês, a sua volta temos participantes até da pequena rebelião de sua amiga Saturno."