Eu acredito que quando alguém passa pela experiencia de "quase morte" a sensação deve ser a mesma que está tomando conta do meu corpo agora... Por um breve instante, minha alma abandonou o meu corpo e foi pra longe de toda essa maldita loucura que acabou de ser dita nesse quarto de hospital.
As palavras ficam dando voltas em mim e isso fere mais do que se eu tivesse levado um tapa forte na cara.
__ Kyra minha filha, por favor, fala alguma coisa... - ouço minha mãe falar muito ao longe.
Nada sai de mim! Meus olhos vagam entre as outras duas pessoas presentes comigo ali e meu corpo simplesmente não responde à qualquer estimulo. Quando pouso meu olhar em Zack, vejo que ele está tão lívido quanto eu.
Sou capaz de ouvir as engrenagens perturbadoras da sua cabeça enquanto nos encaramos dolorosamente.
__ Por favor, Magnólia... Diga que está fazendo a porra de uma brincadeira de muito mal gosto com a gente. - Zack pede sem deixar de me olhar.
Eu consigo sentir a mesma dor, sinto sua respiração pesada e seus olhos completamente sem brilho ao se encontrar com os meus.
Nesse momento, minha mãe começa a se apoiar nos cotovelos até que consegue com certa dificuldade se sentar, já que não a ajudamos, pois ainda estamos paralisados.
__ Eu prometo falar tudo, mas quero fazer isso da forma certa. Podem ter certeza que tudo o que irei falar estará doendo ainda mais em mim, mas tem uma peça faltando nesse maldito tabuleiro que eu acabei de montar e ela precisa estar aqui pra eu dar inicio e fim à esse jogo. - falou enquanto encarava nós dois.
__ Do que porra você está falando agora, mãe? - esbravejei esquecendo que estava lidando com minha própria mãe.
__ Zack, preciso do seu pai aqui! - pediu com a voz rouca.
Foi a única coisa que ela falou antes do Zack puxar um fôlego irado e sair batendo a porta brutalmente. Eu me voltei em sua direção querendo saber onde ela queria chegar com tudo aquilo.
__ Não adianta me olhar assim, Kyra... Eu imagino o quanto deve estar me odiando nesse momento, mas eu só vou falar sobre essa história quando todos os envolvidos estiverem presentes. - falou com a voz embargada.
E foi isso o que aconteceu.
O silêncio mais doloroso que já presenciei se instalou naquele quarto de hospital e as únicas vozes que escutávamos eram das pessoas passando no corredor do lado de fora. Em alguns momentos, eu a ouvia soluçar num pranto difícil, mas ainda não conseguia sequer me aproximar para acalentá-la.
Não sei ao certo quanto tempo durou aquela agonia, mas quando estava bem longe, perdida nos meus tantos pensamentos infindáveis, eis que batem a porta e antes mesmo de eu me prontificar à atender, Zack e seu pai adentram.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Não acenda a luz
Romance(Romance adulto recomendado para maiores de 18 ANOS por conter cenas de sexo explícito, imagens picantes e linguagem inapropriadas) Lembrando que de acordo com o Art. 184 (Crime de Violação aos Direitos Autorais) copiar essas ideias sem a permissã...