Não acenda a luz

Cap. 27- Triste comprovação

O que há depois do fundo do poço? Qual a definição pra quando você chega nesse limite de não achar qualquer saída? O que fazer quando você acorda pela manhã e não encontra um único motivo que te faz levantar da cama e encarar mais um dia? 

Caralho! Eu me sinto tão exausta, como nunca antes... 

Eu fico me perguntando a todo instante o que foi que eu fiz à vida pra que tudo simplesmente desmoronasse sobre mim dessa maneira. Eu não tenho essa resposta e talvez, eu nem queira realmente saber. 

Olho para as paredes ao meu redor e isso me faz pensar em toda a dificuldade que sentir ao ir até a empresa, naquela maldita reunião onde finalmente pude encarar todos os demônios ao meu redor enquanto tentava sugar um pouco da luz que apenas o Zack refletia ali. 

Não foi fácil dizer cada uma daquelas palavras, como não foi fácil ter que tratá-lo apenas com formalidade diante de todos. Ainda estou bastante surpresa, achei que ele não aceitaria a presidência e isso me deu tanto medo.

Zack... Meu Zack!

Não consigo esquecer seus olhos, vez ou outra pousados em mim, como se ansiavam qualquer iniciativa minha, mas eu não podia... 

Eu não posso... Nós não podemos... Não mais!

Devo admitir que senti um enorme peso saindo das minhas costas quando ele finalmente aceitou tudo o que eu havia oferecido e eu sei que o fez apenas por mim e por minha mãe. Zack não é homem que se satisfaz com dinheiro, principalmente dinheiro que não lhe pertence e é exatamente por isso que eu imagino como foi difícil pra ele aceitar tudo isso.

Depois da reunião, pedi que minha mãe fosse para casa dela e eu viria na minha buscar algumas coisas. Cheguei tão esgotada que acabei pegando no sono. Apaguei.

Acabei dormindo pela última vez nessa casa. Minha ex-casa ou a casa do Otávio, não importa... O que eu sei é que estou aqui para terminar de uma vez por todas com esse fatídico noivado. Aceitei morar com ele e até hoje me pergunto onde porra eu estava com a cabeça?

Certo... Na época era apenas convencional, mas agora nem isso funciona mais entre nós dois.

Peguei uma das caixas que trouxe da empresa e fui recolhendo tudo o que havia de realmente importante pra mim naquele lugar, queria levar o mínimo possível. Nada que me remetesse aquela casa onde eu simplesmente nunca me senti "em casa".

Peguei alguns documento, meu computador, algumas roupas e quando abri uma das minha gavetas, lá estavam eles... Meus brinquedinhos!

Eu não sei vocês, mas eu sempre gostei de me masturbar... Descobri as maravilhas de se dedilhar ainda na adolescência e fui tomando gosto pela coisa. Primeiro eram apenas meus dedos e depois descobri o poder que um bom vibrador pode fazer na vida da nossa boceta! E sendo noiva do Otávio, me tornei expert nessa pratica milenar.