Cap. 34 - Um sopro de esperança

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Eu não senti o chão que pisei enquanto corri rapidamente até a sala de espera onde meu pai e Magnólia se abraçavam fortemente, comemorando a notícia maravilhosa que receberam

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Eu não senti o chão que pisei enquanto corri rapidamente até a sala de espera onde meu pai e Magnólia se abraçavam fortemente, comemorando a notícia maravilhosa que receberam. Kyra estava sendo operada às pressas e parece que o tempo simplesmente parou desde que ela entrou naquela maldita sala de cirurgias.

Assim que me aproximei deles, Magnólia foi logo me apresentando:

__Zack, esse é o médico da nossa família há muitos anos. Sempre cuidou da Kyra desde o nascimento e foi ele quem a salvou daquele acidente terrível... E agora... Meu Deus do céu... Minha filha está naquela mesa novamente e ... E eu não consigo mais... ela não pode me deixar...

A voz de Magnólia ficou embargada e mais uma vez, meu pai a abraçou enquanto falava algo na tentativa de acalmá-la. Eu sequer conseguia me mexer, pois estava tão desesperado quanto ela e não podia desmoronar agora. Apertei firmemente a mão do médico estendida à mim e esperei pelo o que viesse dele.

__Kyra deu entrada no hospital vítima de arma de fogo e não estou aqui para investigar como isso aconteceu, por isso irei me limita à apenas informar vocês de forma profissional mesmo tendo total liberdade por conhecê-la desde o nascimento. Vou tentar explicar sem usar muitos termos para que consigam uma melhor compreensão. Está bem? - perguntou ansioso.

Nos limitamos a confirmar com rápidos acenos de cabeças e assim, ele prosseguiu:

__O projétil fez uma única entrada e saída. O percurso foi feito em uma só direção, o que é algo relativamente positivo. O grande problema que temos aqui é o fato de que Kyra tem hemofilia, ou seja, o mesmo problema genético da seu falecido esposo, Magnólia... - explicou.

Nesse momento, nos entreolhamos e um misto de sentimentos. Magnólia enxugou as grossas lágrimas que molhavam seu rosto e veio até o médico. Respirou profundamente como se buscasse forças e perguntou: 

__Como assim? Que problema genético?

O médico a olhou de forma curiosa e sem muita protelação, explicou:

__Quando eles sofreram aquele fatídico acidente de carro, a minha maior dificuldade era conseguir estancar a quantidade de sangue que eles perdiam. Foram muitas bolsas que precisamos usar, mas nada adiantava, pois a quantidade que eles perdia era muito maior do que a conseguíamos fornecer ao seus corpos. Naquele dia, eu estava certo de que perderia meus dois pacientes até que percebi que o problema era bem mais profundo. Pedi rapidamente ao laboratório uns exames e foi quando constatei que ambos tinham hemofilia.

__O que é isso, doutor? - perguntamos em uníssono. 

__A hemofilia é um distúrbio na coagulação do sangue. Vou tentar ser mais claro... Por exemplo: Quando cortamos alguma parte do nosso corpo e começa a sangrar, as proteínas que são elementos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de todos os tecidos do corpo, entram em ação para estancar o sangramento. Esse processo é chamado de coagulação. As pessoas portadoras de hemofilia, não possuem essas proteínas e por isso sangram mais do que o normal. - explicou pausadamente.

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