Não acenda a luz

Cap. 22 - Triste pesadelo

Não foi fácil me convencer à vir até aqui... Enfrentar essa nova realidade machuca muito, mas eu não posso adiar mais. Passei a noite rolando na cama e pensando em como fomos de amantes à irmãos e não consigo sequer acompanhar, tamanho absurdo desse raciocínio. 

Foi ligado no modo automático que consegui chegar até a empresa, com o coração querendo saltar fora do peito de tanta ansiedade e medo, ao mesmo tempo. Medo do novo. Medo do que ainda não conheço.

Fui passando rapidamente entre os demais funcionários e antes que me desse conta, cheguei ofegante no meu setor, fechei a porta atrás de mim e pude enfim respirar mais aliviado. Ao me sentir mais calmo, depois de longas respirações pesadas, me pego olhando ao redor dessa enorme sala e o primeiro impacto que me toma, são todas as vezes que nós dois fodemos aqui, escondidos de tudo e de todos. 

Trepamos feito dois loucos em cada um desses cantos, enquanto as pessoas atrás dessas grossas paredes sequer  imaginariam tal loucura. Nesse momento, lembrei das incontáveis vezes em que debrucei Kyra na minha mesa quando ela inventada de vir me entregar algum papel e sabia o efeito que a sua saia colada na bunda, me fazia... Antes que ela sequer cogitasse reclamar, eu já estava com a cara enfiada entre suas pernas, apenas para abocanhar sua boceta e me alimentar do sabor que só ela tem. 

Sobre o antigo pedido de "Não acenda a luz"? Acredito que tenha evaporado o  seu maldito trauma... Nenhuma mulher deve se envergonhar de qualquer marca que traga em seu corpo. Se está ali é porquê algo aconteceu e muitas vezes, esse algo foi para seu próprio crescimento. Todas as nossas cicatrizes, sejam elas externas ou internas, não devem ser motivo de vergonha e assim eu fiz Kyra entender que não precisava mais se esconder de mim e nem dela mesma. Não havia mais escuridão entre nós, nunca mais eu permitiria que ela me impedisse de ver como fica linda enquanto goza.

Essa sala agora tem um clima tristonho e saudoso. Não há mais o cheiro de sexo fresco de antes, apenas o vazio e o silencio que porra! Logo foi quebrado da pior maneira...

Achei que chegando cedo demais ao trabalho, isso me daria tempo para me preparar e conseguir encarar a mulher que vai está na sala diante da minha. A mesma mulher que povoa meus pensamentos desde a primeira vez que a vi. Esses mesmos pensamentos, tão perfeitos foram dissipados da minha mente assim que eu escutei o burburinho na sala de Kyra. Era nítido pra mim de quem eram aquelas vozes, principalmente a que mais de destacava... E ao ter consciência do que estava acontecendo, não pensei duas vezes antes de invadir seu espaço pronto pra acabar com a raça do maldito filho da puta que ousava tratá-la com desrespeito.

Esse idiota sempre tirou o pior de mim e presenciar o tipo de abordagem que o maldito do Otávio se atreve a ter com a minha Kyra. Minha Kyra? Sim porra! Minha Kyra até que aquele maldito exame prove o contrário ... Ainda é a minha mulher. A mulher mais incrível que já conheci e que nesse momento me encara de forma assustada com seus grandes e lindos olhos depois que o enxotei igual ao verme nojento que ele é!