O passado e uma confissão

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Porque com a sua mão na minha mão
E um bolso cheio de alma
Posso dizer, não há lugar aonde não podemos ir
Ponha apenas a sua mão no vidro
Estarei aqui tentando puxar você
Você só tem de ser forte

[…]

De todas as pessoas que seu pai podia ter convidado, Deidara era a última que Sakura desejava encontrar, e sua reação não foi diferente de quando ainda era adolescente, seu corpo travou diante a imagem daquele homem. Ela tinha que admitir que ele continuava lindo, mas admitia para si mesma que não merecia nada que viesse dele, não depois de tudo que aconteceu.

O braço de Hizashi a puxou forçando seu corpo a se mover, e por dentro ela gritava para dar meia volta e fugir, mas não podia. Suas esmeraldas olharam em volta procurando por Kakashi, e naquele instante ela constatou que estava sozinha, completamente sozinha.

— Sou forte o suficiente para aguentar qualquer coisa. — sussurrou para si, mas por dentro sabia que suas pernas não tremiam por frio.

A Haruno ganhou o lado do seu pai na mesa e se recusou a sair dali, ao lado de Deidara havia um homem que ela nunca havia visto na vida, de barba por fazer e cabelos na cor escarlate.

— Bom, rapazes, essa é minha filha, Sakura, — Hizashi fez as honras nas apresentações. — e querida, esses são Sasori e Deidara.

— É um prazer conhecê-la, senhorita Haruno. — a voz de Deidara a deixou um tanto enojada, não acreditava que ele conseguia ser tão cínico ao ponto de fingir não conhecê-la. — Seu pai falou muitíssimo bem de você.

— Gentileza da parte dele. — a rosada desviou o olhar. Havia algo que ela ainda não tinha entendido naquela situação: se o pai queria apenas que conhecesse seus sócios, por que não deu um jantar em sua própria casa ou simplesmente trocou telefones?

A culpa não era de Hizashi, afinal, ele jamais saberia que Iwagakure era o berço das decepções da filha, e Sakura nunca comentou sobre sua paixão por nenhum garoto, no máximo o pai sabia que Ino era sua melhor amiga. Essa falta de conhecimento era uma das coisas que deixava a rosada triste, diferente da família que Kakashi cresceu, ela nunca teve a mínima ideia dos gostos do pai, e pior, seu próprio pai nunca sentiu interesse em saber seus gostos. Hizashi achava que o dinheiro resolveria tudo, e por algum tempo a própria Sakura concordou com isso, mas depois de um choque de realidade, tudo que ela queria era correr para buscar sua felicidade.

— É bom saber que sua filha se interessa pelos negócios da família. — Hizashi quis rir do comentário de Sasori, mas se manteve calmo a fim se preservar a imagem de sua herdeira.

— Nos últimos dias eu estive pensando sobre o futuro da minha família, — Sakura alternava o olhar entre as expressões de Sasori e o salmão em seu prato. — cheguei a conclusão que Sakura já é adulta o suficiente para tomar certas decisões. — a fala de seu pai chamou a atenção, mas por via das dúvidas sua expressão continuou no desinteresse.

— Seria ótimo que ela pudesse se unir a alguém que entende desses mesmos negócios. — foi a vez de Deidara acrescentar algo.

— Concordo, e como Sasori já não tem idade para isso, — a graça de Hazashi fez a mesa sorrir. — você seria uma boa opção, Deidara.

— Eu me sentiria muito honrado. — o loiro mostrou novamente o sorriso cheio de maldade que Sakura conhecia bem.

— E estão falando do que? Uma parceria comercial entre eu e ele? — sua pergunta soou ingênua aos três, e Deidara teve certeza que a antiga Sakura ainda morava ali, ainda existia a garota chorona e apaixonada que insistia em declarar seu amor.

Mirrors - KakaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora