Maldito do Professor

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Se você um dia se sentir sozinha e
A luz intensa tornar difícil de me encontrar
Saiba apenas que eu estou sempre
Paralelamente do outro lado


Kakashi pôde ouvir o barulho de algo se quebrando contra a porta, provavelmente algo de vidro, mas não se importou. Desceu as escadas e caminhou para a cozinha, a mesa do café da manhã estava posta e isso o tirou do sério.

— Senhorita, — ele chamou a atenção de Hanare. — Por que a mesa ainda está assim?

— A Srtª. Haruno ainda não tomou seu café da manhã. — a morena respondeu.

— E nem vai, — o queixo da mulher quase chegou ao chão. — pode tirar a mesa, e se ela passar das oito e quarenta nos próximos dias, pode tirar também.

Hanare acenou positivamente, estava com um pouco de medo do que aquela casa se tornaria nos próximos dias, e ela tinha quase certeza que não seria nada bom provocar Sakura daquela forma.

Os dois tiveram um sobressalto quando a garota gritou histérica. O telefone da casa tocou e a empregada correu para atender.

— Por que estamos sem internet? — Sakura perguntou emanando ódio.

— Energia está desligada, senhorita… — a morena respondeu ao outro lado da linha.

— LIGA ESSA DESGRAÇA, AGORA!

Kakashi sorriu ao ouvir a menina gritar, tomou o telefone para si.

— Assim que você arrumar o quarto eu mesmo ligo. — o Hatake anunciou e pôde ouvir um grito fino.

— Eu vou matar seu corpo e dar aos cachorros! — a voz de Sakura alternava entre raiva e choro.

— Tudo bem, isso é muito gentil. — ele debochou e ouviu a ligação se finalizar.

[…]

Ela não tinha outra alternativa, não havia carregado o celular na noite passada e a bateria terminaria em menos de duas horas, a sua frente havia uma pilha de roupas, sapatos, cobertores e livros jogados, só restava uma alternativa.

A rosada arrumou todo o quarto, nada estava fora do lugar, exceto os perfumes quebrados no início do quarto, mas para limpar aquilo ela iria precisar de uma vassoura, coisa que não tinha ali, logo, tudo estava arrumado.

Kakashi abriu a porta e entrou com cuidado, desviava dos cacos de vidro enquanto reparava que o local realmente parecia um quarto, não havia nada pelo chão e era possivel enxergar o outro lado. Perfeito.

— Muito bem, parece que aprendeu. — ele fez meio elogio.

— Vai querer que eu limpe o chão também? — a menina questionou sarcástica.

— Não precisa, a Hanare pode fazer isso. — ela devia admitir que ele sabia escolher as palavras que podiam irritá-la, mas não deu-se por vencida.

— Você é bonito, podia ser mais que professor… — Sakura tinha plena noção que seu corpo e sua beleza podia fazer dos homens meros cães de passeio. Havia usado essa abordagem no último professor que seu pai mandou, o velho ficou tão assustado que pediu demissão. — Se você quiser, eu posso te mostrar que sei fazer muito mais do que arrumar o quarto.

Kakashi sorriu, ele iria adorar se divertir. Passou as mãos pela cintura da menina e a puxou para perto.

— Eu adoraria, — sua boca tocou suavemente o ouvido da garota. Sakura sentiu as pernas falharem, não imaginava que ele fosse corresponder de forma tão ousada. — pode começar vestindo uma roupa e descendo para a sua primeira aula de verdade. — o mais velho a soltou sem o mínimo de delicadeza e se afastou.

— O que? — a cara de espanto da garota o divertia totalmente. — Idiota! — ela esbravejou.

— Não tente essas coisas, eu posso acabar não me segurando. — o prateado riu e atravessou a porta esperando por ela. Na teimosia, Sakura atravessou a porta junto, mas assim que chegou ao outro lado ela caiu sobre os braços do professor.

— Ai... — choramingou.

O Hatake revirou os olhos e desceu as escadas com a menina nos braços, quando chegaram ao sofá ele a colocou sentada e abaixou para olhar seus pés, alguns cacos de vidro haviam adentrado o pé delicado da menina. Para um primeiro dia, até que estava sendo menos desastroso do que ele imaginava.

— Hanare! — o professor gritou e logo a empregada apareceu correndo. — Traga a caixa de primeiros socorros pra mim.

— O que vai fazer? — a rosada perguntou afoita. — Nem pense em tocar em mim!

— Pensei que quisesse isso. — o sorriso do prateado a fez tremer, ele deveria ser completamente louco.

Quando Hanare retornou com a caixinha o prateado tirou os cacos que havia entrado na pele da menina, limpou os pequenos cortes com álcool e em seguida colocou algumas gases para isolar, a parte boa era que ainda dava para andar, se ela fizesse com cuidado, claro.

— Isso me deu fome! — a Haruno se endireitou no sofá e abriu um sorriso divertido. — Vou tomar meu café da manhã.

— Não, — ela olhou para o mais velho, que depois de fechar a caixa se levantou e estava a sua frente. — o horário de café da manhã já passou, espere o almoço.

— Como é que é? — a paciência de Sakura parecia ser testada a cada segundo. — Está brincando? — Kakashi negou. Ela bufou de raiva. — Vou ficar com fome até o almoço?

— O almoço será em menos de uma hora, você não vai morrer. — apesar de estar adorando brincar com a paciência da aluna, Kakashi estava um pouco preocupado com o bem estar dela. — Enquanto isso, vou te passar novos horários.

Ela se deu por vencida, ficou ali sentada enquanto ele explicava que sua vida de baladas havia acabado. Kakashi passou alguns planos para ela escolher, como Sakura já era maior e já havia concluído o colegial, ele sugeriu uma faculdade, mas ela afirmou não ter coragem de fazer algo tão grande, preferia começar por algo pequeno, então escolheu o curso de línguas, optando por Inglês, Italiano e Francês. O Hatake explicou também que ele a acompanharia em todos os locais, pois essa era a ordem do pai da garota, e apesar de não gostar, Sakura já estava criando planos para expulsar o professor da sua casa.

[…]

Hanare serviu o almoço de uma forma diferente, Kakashi havia deixado com ela um cardápio assinado por uma nutricionista de grande nome em Konoha e a empregada dava graças aos céus por não precisar mais cozinhar as bobagens que Sakura gostava de comer.

— Está horrível… — a rosada resmungou fazendo cara feia.

— Para de reclamar, você nem provou direito. — o mais velho revirou os olhos, mas quando levou a primeira garfada a boca sentiu que a comida realmente tinha um gosto estranho. — Oh...

— Ta vendo! — Sakura caiu na gargalhada. — A Hanare só sabe cozinhar coisas normais, não adianta nem dar receita pra ela.

— Não seja por isso, — o prateado se levantou, eles estavam almoçando na mesa da cozinha, então não demorou para que ele chegasse até a geladeira. — eu mesmo irei cozinhar.

Sakura sentiu que sua vida ia virar de ponta cabeça com a chegada desse maldito professor.

Mirrors - KakaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora