Parte 1-1 • Changkyun

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Estou adaptando essa fanfic para o fandom do Monsta X, porque eu amo essa história e, mesmo que eu tenha escrito ela com outro grupo (vocês irão notar qual foi, por conta de algumas referências), acho que não seria justo deixá-la às traças.

Espero que vocês gostem tanto quanto eu gosto dela!

AVISOS IMPORTANTES: algumas cenas são fortes, colocarei avisos no início dos capítulos que possam conter algum tipo de gatilho. Ah! E já adianto que ela não tem um final feliz.

E ah! Quanto à narração: ela é intercalada entre os pontos de vista dos personagens. No início de cada capítulo está marcado o nome do narrador.

Chega de papo e boa leitura!

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Changkyun

"Why do I fall in love and say goodbye alone?"

Na cozinha, sentado numa das cadeiras e com os braços apoiados sobre a mesa, eu olho para o envelope de papel depois de ter tido uma breve crise de riso ao receber tal correspondência.

É engraçado. Eles ainda prezam a ideia de resgatar nosso passado porque isso torna tudo mais humano, uma desculpa partindo daqueles que se consideram superiores a nós.

O papel tem o resultado dos testes que fiz quando completei um ano de vida somado aos resultados dos testes aos quais me submeti na semana passada, no dia do meu aniversário de vinte anos. Tive a chance de escolher entre adiar o recebimento da resposta ou conhecê-la, e optei pela última alternativa, o que significa que, talvez, eu ainda tenha alguns anos pela frente, mas eu não tenho certeza até que confira.

Meus pais, ambos já beirando os cinquenta anos de idade, optaram, em sua juventude, por adiar as respostas. Até hoje, intimação alguma lhes foi entregue. Eu, por outro lado, estou agindo de forma diferente. Depois de tudo o que aconteceu, eu preciso saber a quantidade de tempo que ainda me resta para então imaginar o quanto eu ainda tenho a sofrer.

Respiro fundo uma vez e estico uma de minhas mãos, pegando o envelope. Rasgo uma das laterais e tiro a folha dali de dentro. Desdobro-a, correndo os olhos pelas tabelas e, depois de linhas e linhas de letras miúdas, confiro o diagnóstico: indefinido. Não cinco meses, ou cinco anos, nem cinco décadas ou cinco minutos. Indefinido significa que eu posso morrer naturalmente a qualquer instante e que esta será a minha condição dentro desta vida. O destino mais puramente humano que existe.

Minha mente é repentinamente tomada por uma nuvem branca e eu não consigo pensar em mais nada a não ser no quão forte e dolorosa é a decepção por este resultado não ter sido o mesmo de Minhyuk.

-x-

A atendente da cafeteria da esquina é uma máquina. Embora tenha pele macia, olhos brilhantes e voz serena, ela não passa de um recipiente sem alma. Ela é perfeita, claro, o rosto bem desenhado, seios fartos, pernas compridas, mas a maioria dos robôs não é assim. Eles trazem consigo imperfeições físicas para que se aproximem ao máximo dos humanos. Alguns são tão realistas que não chamam a atenção, e todos são designados a nos vigiar. Eu não sei desde quando o mundo passou a ser regido dessa forma, porque é um assunto sobre o qual só se fala em lugares obscuros ou muito secretos. Nossas rotinas seguem os padrões antigos e, mesmo cercados pela tecnologia, os humanos não podem controlá-la. Porém não é ruim, porque também ficou difícil para as pessoas se tornarem más em suas ações, uma vez que são facilmente punidas por qualquer prática inadequada.

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