Prólogo | O tchan

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Castelo do Rei Stephan
Malévola 1

Diaval

Diaval observou de longe a Malévola dar um beijo na testa de Aurora, sentindo seu coração bater forte no peito. Em seu coração Diaval torcia para que aquilo desse certo. Não acreditava, mas tinha esperança. Amava a Aurora como um pai amava uma filha. Mas creditar que sua ama fosse capaz de sentir um sentimento tão nobre como amor verdadeiro, fazia com que um peso se instalasse no seu estômago e se intensificasse, fazendo com que ele se sentisse ansioso e suas mãos ficassem frias. Uma sensação estranha, mas que parecia sempre o acompanhar quando ele estava perto de sua ama.

Diaval prendeu o ar quando Malévola começou a se afastar de Aurora.

Não havia funcionado.

Mas ele não sabia por que uma centelha de esperança insistia em se manter viva dentro ele.

Vamos lá, vamos lá, funcione!, pensou.

Até que Aurora piscou e de repente abriu os olhos.

- Olá, fada madrinha. - disse Aurora.

Diaval finalmente se permitiu respirar novamente. Sentia-se encantado, impressionado e surpreendentemente amendrontado.

- Olá, praga!

Funcionou. Funcionou!

Malévola ainda era capaz de amar.

- Um beijo de amor verdadeiro - Diaval expirou, sem fôlego, deslumbrado.

Não podia acreditar. Sua senhora ainda poderia ser boa, pura, como Aurora era.

Mas o que isso significava?

Diaval não entendeu o que foi aquela fisgada que ele sentiu no peito e se instalou no seu corpo como uma febre. Aquecendo-o. Também não entendeu a maneira como Malévola de repente parecia mais brilhante sob seu olhar, como se de ama ela tivesse passado a uma deusa. Era como se o ar tivesse sido roubado de seus pulmões e em vez do ar, ele precisasse dela. Ela seria a única coisa capaz de mantê-lo vivo.

Foi uma sensação nova, única, incrível que o fazia sentir vontade de rir e chorar ao mesmo tempo.

Ele não entendia. Mas iria compreender.

Dono do mal | Malévola e DiavalOnde histórias criam vida. Descubra agora