Nove | Decisão

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Diaval

O coração de Diaval batia freneticamente. Tão forte que ele conseguia ouvir os zumbidos dentro da sua cabeça.

Ele não estava mais prestando muita atenção no que estava acontecendo ao seu redor. Diaval agora só sentia as reações do seu corpo humano.

Era como se um peso houvesse se instalado no seu estômago e estivesse fazendo-o sentir um tipo de frio estranho e desconfortável na barriga. Suas mãos, suadas, geladas e era como se, ao mesmo tempo em que ele queria sair correndo dali, também não houvesse outro lugar no mundo aonde ele gostaria de estar.

Diaval pensou em como seria dividir o quarto com sua senhora.

Ele imaginou-a dormindo em uma enorme cama com colchas grossas. Malévola deitada por cima delas de barriga para baixo, uma perna esticada, a outra dobrada, a camisola lhe subindo pelas coxas brancas. Diaval pensou em como seria macio tocá-la lá e ir subindo... Tocando os braços, as costas. Seu cabelo estaria espalhado pela cama e ela, dormindo agarrada ao travesseiro. Sua boca tão, tão perfeita aberta em um "oh", enquanto dormia. E ele estaria lá, observando seu peito subir e descer com a respiração regular. Ele se aproximaria, sentindo sua respiração quente contra o seu rosto e ah! Ele amaria tudo isso!

Os dois sozinhos, apenas a luz de vel...

- Você só pode estar brincando!

A voz de Malévola foi o que tirou Diaval do seu transe.

Diaval olhou ao redor, não entendendo muito bem o que estava acontecendo, já que parecia que ele havia se desligado do mundo.

Ele viu a pequena lady Georgina corar violentamente - do pescoço, as orelhas.

- Sinto muito, mas não estou. - Era a voz de Aurora.

Não seria a primeira vez que Diaval e Malévola iriam dividir o mesmo recinto.

Então, Diaval pensou, não é uma coisa tão escandalosa.

Mas pelo visto sua ama discordava.

- Como, em nome dos Deuses, isso foi possível? - Malévola encarou Philip com raiva. - Afinal, quantos tios você tem?

Diaval pensou em como essa conversa deveria estar soando escandalosamente aos ouvidos da menina Georgina. Diaval sabia que esse tipo de arranjo não era uma coisa convencional para os humanos.

Mas, se a pequena lady parasse para pensar bem, perceberia que Malévola não era uma dama frágil e propensa a morrer por qualquer tipo de coisa estúpida. E Diaval, bem... Ele não era um cavalheiro.

- Oito hospedados aqui - Philip respondeu. - E esses são os mais próximos - ele encolheu os ombros como quem se desculpa, mas sem rastro nenhum de arrependimento. - Não saberia te dizer quantos são exatamente. Eu tenho uma família parcialmente grande.

- Tusk! Aposto que você tem! - Malévola revirou os olhos. - Belo casamento você fez Aurora!

Philip bufou.

- Madrinha, não foi culpa do Philip - interveio Aurora. - Foi idéia minha, pedir a seus parentes para que ficassem.

- Senhora? - Tessa, a serva tocou os ombros de Aurora.

- Sim? - Aurora se virou para ela.

- Eu acho que seria melhor levar o bebê para um a-ambiente mais c-calmo - murmurou Tessa.

Malévola deu a Tessa um olhar mortal que deu medo até em Diaval.

Tessa abaixou a cabeça.

- Boa idéia, Tessa - Aurora se virou para Malévola e estendeu a mão, para a mesma a entregar a cesta com o bebê. - Madrinha?

Dono do mal | Malévola e DiavalOnde histórias criam vida. Descubra agora