Trinta (2) | Luz vs Trevas

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D U E T O

Malévola não teve tempo de assimilar o que ocorria antes da mão do corvo - fechada em punho - passar raspando pelo seu nariz, a fada tendo usado sua experiência e instintos para desviar do golpe bem a tempo.

Guardas começaram a surgir dentre as árvores enquanto Diaval se transformava em um urso enorme para atacar Malévola, Philip e Aurora se afastando rapidamente dali com o bebê.

- Essa é a minha deixa - comentou o feiticeiro, muito feliz, antes de desaparecer, mas ninguém realmente ouviu.

Wapasha não sabia se seu plano daria certo, mas se Diaval a matasse ou ela á ele, dos dois jeitos ele vencia.

Malévola sofreria exatamente da forma como merecia. Por causa dela Wapasha era o que é hoje, nada mais justo do que ela pagar o preço.

- AFASTEM-SE TODOS, EU LIDO COM ELE! - A fada gritou para os guardas e Borra, desviando dos ataques insistentes do urso por um fio.

Os guardas não sabiam muito bem como agir ou se deveriam obedecer, mas todos eles voltaram ao posto numa formação perfeita quando Philip acenou com a cabeça, concedendo o que Malévola pediu.

Eles não eram exatamente soldados, já que Moors não lidava com guerras há um tempo.

Já Borra decidiu ouvir Malévola. Ele já tinha visto ela em campo, sabia que ela era capaz e ele podia acabar atrapalhando mais que ajudar.

E Philip sabia que Malévola era pário para Diaval e assim ele não perderia nenhum de seus homens na luta. Eles não tinham chance contra Diaval ou seja lá o que aquilo era, mas Malévola tinha. Afinal, ela era a fênix.

- Diaval, por favor, pare isso! - ela tentou dialogar, mas o urso investiu outro golpe nela que desviou raspando, mas não sem que antes as garras dele atingissem seu rosto, rasgando a pele. - Ah! - ela gemeu de dor.

Aquilo ardia feito o inferno, mas Malévola se recusou a pensar nisso ou na dor e desespero que sentia.

O coração da fada estava muito acelerado e ela mal conseguia pensar racionalmente enquanto desviava dos  ataques.

Como tudo dera tão errado?

Era óbvio, a falta de um plano mais elaborado ajudou. Sem contar que ela também não estava no seu auge por causa das noites mal dormidas e da falta de uma alimentação decente.

É claro, ela tinha se preparado para essas pequenas falhas, mas nunca imaginou que estaria lutando com um Diaval consumido pelas trevas em forma de urso.

Malévola mal tinha tempo para respirar entre as investidas e o fato de que ela não queria machucar Diaval não lhe dava nenhuma vantagem.

- Diaval, você precisa resistir, lute contra isso - ela gritou, investindo outro feitiço paralisante nele, mas o urso apenas rugiu alto, usando tudo de si para se libertar. - Você não é assim. Você não é isso!

Não demorou muito para que ele conseguisse se libertar da mágica dela e voltasse a atacá-la.

Enquanto Malévola estava lutando com cautela, tentando pensar racionalmente em meio ao pânico que a invadia, Diaval envestia todas as suas forças contra ela sem nem pensar duas vezes.

Até que com um golpe inesperado do urso conseguiu derrubá-la e ela ouviu Philip ordenar para que os guardas a ajudassem.

- NÃO! - ela gritou, se levantando a tempo do urso investir as garras com tudo na areia, mas ninguém a ouviu.

O urso se virou para os guardas e Malévola pode ver a tragédia que se aproximava.

Seus olhos brilharam em verde florescente e ela usou toda a força que havia dentro de si paralisar o urso e os guardas.

Dono do mal | Malévola e DiavalOnde histórias criam vida. Descubra agora