Quatro | Nome

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Relembrando:

Thistlewit a esquerda. Knotgrass a direita.

(Foto acima)

Diaval

Houve um tempo em que Diaval nunca conseguiria imaginar benefícios em se ter duas formas. Era confuso, complicado e as coisas, por mais que ele tentasse manter em ordem, sempre se misturavam. Tanto, que teve uma época que Diaval não conseguira mais distinguir seu lado corvo de seu lado humano.

Essa época passou e sua ama lhe ajudou a se ajustar. Porém, mesmo depois de quase vinte e três anos de servidão, Diaval ainda tinha muitas dúvidas. Mas conseguia ver alguns benefícios.

Como por exemplo, ser quase incapaz de entender o que a malícia e a ganância faziam no coração das pessoas.

Achava isso um grande benefício.

Sentimentos humanos sempre foram muito difíceis de entender para ele, assim como as ações irracionais que esses sentimentos causam.

Diaval nunca entenderia muito bem por que certas pessoas e certos seres, faziam as coisas que faziam por coisas tão idiotas e irracionais.

Mas faziam. Por orgulho, por raiva e até mesmo, por amor. E isso o levava a pensar:

Será que Malévola estava agindo daquela forma com Aurora, por que a amava?

Diaval achava que não, mas queria muito pensar que sim.

Ele não era um expert nessa coisa de amor. Só o havia conhecido duas vezes e nessas duas vezes acabara bem. O amor verdadeiro é a magia mais poderosa do mundo.

O amor compartilhado, é claro.

Sua senhora havia amado um homem uma vez. Mas aquilo não era amor. Não contava.

Mais uma vez Diaval se via em um conflito, num impasse, suas emoções fervilhando dentro de si. Confusas, intensas, incompreensíveis.

Era realmente um saco ter duas personalidades.

Diaval ganhara uma vida nova quando Malévola o salvou, porém, ganhara também um monte de problemas que ele não tinha quando era um corvo.

Ele coçou os olhos. Não devia ficar pensando sobre coisas que não era capaz de compreender.

- O que está havendo de errado com você? - Malévola perguntou diretamente a Diaval.

Ele olhou para ela.

Malévola não parecia diferente do que há poucos segundos atrás, ou meses. Não parecia que estava se tornando um ser maléfico ou, uma fênix.

- Dor de cabeça - mentiu. - Não estou acostumado a estar em multidões usando esses ouvidos. Eles são péssimos - Isso era verdade.

- Quer que eu transforme você?

- Não, eu quero estar lá para ela - disse ele, sinceramente. - Em pé - acrescentou, caso sua senhora não compreendesse.

- Tenho certeza que ela vai entender se não estiver - Borra se intrometeu.

- Desde quando você a conhece bem? - Diaval se virou para olhá-lo.

- Desde que salvei a vida de sua senhora - Borra estava olhando diretamente nos olhos de Diaval. - Coisa, que se não me falha a memória, deveria ser trabalho seu.

Dono do mal | Malévola e DiavalOnde histórias criam vida. Descubra agora