Vinte | Transformação

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Diaval

Para validar o acordo com Wapasha, Diaval teve de assinar um documento enfeitiçado com uma gota do seu próprio sangue, com as seguintes imposições:

1. O Corvo concorda em executar o sequestro do bebê Blue Ivy, príncipe de Moors, para o feiticeiro Wapasha, em troca do Feitiço do Transmorfo que poderá ser usado para o resto de sua vida;

2. O Feitiço do Transmorfo permanente só será dado ao Corvo após a execução do sequestro. Antes disso ele ficará sob o efeito do Feitiço do Transmorfo em uma versão provisória, com prazo máximo de sete dias.

3. O Corvo concorda que se o sequestro não for efetuado no período máximo de sete dias, o feiticeiro pode se negar a cumprir com sua parte do acordo e o Corvo seria condenado a escravidão eterna pelas vontades do feiticeiro;

4. Se o feiticeiro descumprir com sua parte do acordo, o Corvo poderá tomar o Feitiço do Transmorfo para si e estaria livre de quaisquer obrigações com o feiticeiro;

5. Caso ambas as partes desistam do acordo, ambos estarão livres de quaisquer obrigações um com o outro;

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Após ter assinado o acordo, Wapasha deu a Diaval um frasco contendo o Feitiço do Transmorfo, que ele poderia tomar todas as vezes em que precisasse mudar de forma. Para experimentar, o homem-corvo engoliu um pouco e algo muito estranho e assustador começou a acontecer com ele.

Primeiro foi como se fogo líquido tivesse descendo pela sua garganta. Queimava, doía e era extremamente desconfortável. Após alguns segundos, ele começou a se sentir estranho, como se os órgãos do seu corpo estivessem se revirando. E depois, nada. Tinha acabado. Diaval respirou profundamente, se sentindo extremamente aliviado e desejando nunca mais tomar essa droga de poção.

Ele se auto analisou por dentro. Ainda se sentia como ele mesmo, como se nada tivesse mudado. E no entanto, também se sentia completamente diferente. Mais forte. Mais corajoso. Mais perspicaz e, até mesmo, mais arrogante.

- Perfeito - disse Wapasha orgulhoso, fazendo surgir do nada, bem na sua frente, um enorme espelho exatamente do seu tamanho.

Diaval prendeu o fôlego imediatamente quando seu cérebro tomou consciência do que estava vendo, se surpreendendo. E gostou do que viu. Gostou muito.

Seu cabelo longo, agora estava mais curto, todo penteado para trás, deixando seu rosto com um ar perigoso e misterioso. Seus braços agora com músculos aparentes, fazendiam-no parecer até um pouco mais alto e seus ombros mais largos.

Agora, ao invés de suas roupas velhas e desgastadas de sempre, agora ele usava uma calça de couro e uma regata preta. Por cima, um manto cor de vinho profundo, com o brasão do reino em ouro e também botas de couro da mesma cor do manto. No entanto, o que mais o agradou e intrigou ao mesmo tempo, foram os olhos que pareciam brilhar como estrelas de volta para ele, fazendo-o se sentir como se pudesse convencer qualquer um de qualquer coisa. Eles estavam em um tom de negro profundo.

Ele sorriu para si mesmo e constatou que até isso parecia melhor.

- Ouça - chamou Wapasha, fazendo-o desviar sua visão. - Quando o perguntarem aonde conseguiu está transformação, não se acanhe em lhes dizer que fui eu que dei. Eles entenderam, basta tomar cuidado com as palavras.

Algum tipo de alerta ressou dentro da cabeça de Diaval.

- Eles o cohecem? - o corvo arqueou a sobrancelha, petulantemente.

- Digamos apenas que eles me devem. Apenas diga o que mandei. Agora vá. Você tem muito o que fazer.

E dizendo isso, quem sumiu foi o feiticeiro, deixando diaval com a famosa pulga atrás da orelha.

Dono do mal | Malévola e DiavalOnde histórias criam vida. Descubra agora