Deku

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    Cerca de 80% da população mundial nasce com um tipo especial de talento, uma individualidade, nessa sociedade sobre-humana.

    Para lutar contra as pessoas que usam essas individualidades para o mal, nasceu a amada profissão de "super-herói".

    Eu, Izuku Midoriya, sonhei em me tornar um super-herói, assim como o grande símbolo da paz, All Might.

    Mas isso foi antes de eu saber o real mundo em que eu vivia.



    Os homens não são criados iguais. E isso foi uma dura lição de aprender.



   Depois de uma transmissão em TV aberta do All Might perdendo miseravelmente para o maior vilão de todos, All for One, o mundo entrou em um total colapso. Os vilões viram uma oportunidade brilhante de expandirem suas sombras e construírem seus impérios. All for One era temido e respeitado, tanto que nós evitávamos falar o nome dele.

    Em poucos anos após esse acontecimento o crime estava fora de controle. Em meio ao submundo foi criada uma liga chamada "Killers" os assassinos de heróis.

    Graças a isso o número de mortes cresceu muito rápido. Heróis eram assassinados a sangue frio em todo o mundo. O caos devorava e uma insegurança foi instalada na sociedade.

    A associação de heróis tomou uma decisão que mudaria tudo. Agora heróis e pessoas comuns podiam simplesmente exterminar vilões. Como se fosse uma legalização do assassinato. Mas é claro que pessoas com segundas intenções usariam essa lei para tirar proveito dos mais fracos.

    Mesmo com "boas intenções de proteger a sociedade" isso só fez as coisas piorarem, tanto para os heróis, quanto para os vilões. As escolas agora tinham um método diferente de ensino. Os alunos já eram preparados, fisicamente e psicologicamente para matar. E se você escolhesse o curso de heróis isso só piorava. No meu mundo a verdadeira essência de herói, decaiu junto com All Might, agora só queremos ser heróis para podermos sobreviver.

    Eu nunca fui de atacar. Eu era o oposto da pessoa que a sociedade queria. Eu tentava resolver meu problemas com esperteza ou diálogo. Se não conseguisse eu simplesmente me rendia. Eu não queria lutar. Eu não queria sujar minhas mãos de sangue, e essa minha essência boa eu devo a minha mãe.

    Ela sempre me incentivou a ser gentil, a ajudar o próximo, a ter empatia por ele. Mesmo nessa sociedade isso sendo inútil.

    Ela não me deixava ir à escola ou sair de casa sozinho, principalmente depois de nós descobrirmos que eu não tenho uma individualidade, mas ela me ensinava em casa, e eu aprendi muitas coisas graças a ela. Mesmo isso sendo inútil agora.

    Ela sempre me manteve no meu mundo de pura de fantasia, escondendo a realidade do mundo até mais ou menos os meus 6 anos de idade. Mesmo isso sendo inútil.

    Ela sempre se desculpava por eu ter nascido sem uma individualidade e ser tão vulnerável nesse nosso mundo, então ela me apresentou para o meu primeiro amigo, Katsuki, para que ele talvez me ajudasse. Mas isso foi inútil.

    Ela várias vezes ficou sem comer para que eu não fosse dormir com fome, já que só poderíamos comprar comida uma vez ao mês, e não era suficiente nem para uma pessoa, porque o governo racionou nossa comida graças a crise dos vilões que afetou o comércio de importação. Mas isso foi inútil.

    Ela fugiu do país pois os vilões declararam uma caça a pessoas sem individualidades, porque segundo eles essas pessoas eram um fardo para a nova era de sobre-humanos. Mas isso foi inútil.

    Era assim que eu era visto. Um inútil. "Deku" um apelido colocado por Katsuki para eu nunca me esquecer do quão inútil eu era.

    Esses pensamentos sempre rodavam a minha mente. Minha mãe saiu do país como uma forma de dizer aos vilões "Eu e meu filho saímos do país" mas na verdade eu fiquei na casa da Sra. Bakugou. Ela me protegia como minha mãe mas ela não era ela.

≈𝙼𝚒𝚛𝚛𝚘𝚛𝚎𝚍  𝚆𝚘𝚛𝚕𝚍≈Onde histórias criam vida. Descubra agora