≈𝙼𝚒𝚛𝚛𝚘𝚛𝚎𝚍 𝚆𝚘𝚛𝚕𝚍≈

Câmbio

- É vo... é você...?- os olhos dela se encheram de lágrimas- Está... vivo?!

Ela parecia transbordar de emoção, seus olhos pareciam embaçados e perdidos como se acabasse de ver uma completa assombração. Por um momento pude perceber que ela esqueceu o cadáver sentado à sua frente, ou até mesmo o assassinato que tinha cometido.

Sem dizer mais nada ela largou o taco ensanguentado, com um sorriso no rosto, correu rapidamente em minha direção e tentou me envolver em seus braços.

Mais rápido do que ela se aproximou eu me desvencilhei dela, jogando meu corpo pra trás de uma só vez.

-Não toque em mim.- Disse aparentando o maior nojo que poderia sentir.- você está coberta de sangue.-Afirmei e encarei o corpo de Momo- E não pense que voltei aqui pra te salvar dessa merda que você acabou de fazer.

Ela parecia atordoada, como se processasse lentamente tudo que eu dizia e tudo que estava acontecendo.

-O que... o que aconteceu com você?-Perguntou enquanto deu pequenos passos para trás. Senti dor na sua voz.

Por algum motivo, essa pergunta fez meu sangue ferver.

-E desde quanto isso te diz respeito? Você nunca se importou sua puta egoísta.

Ela se encontrava em êxtase, sem conseguir pensar ou responder as minhas provocações, só balançava a cabeça de um lado pro outro bem sutilmente. Cacete, até parece que nunca viu alguém morrendo, ou melhor, até parece que nunca matou alguém antes.

-Desde de o começo você só me usou pra ficar mais próxima do Kat... Bakugou, não é? Sempre era ele, todos os nossos assuntos eram sobre ele, a vida dele, a individualidade, de como ele era INCRÍVEL.... eu era muito trouxa pra não perceber.- A encarei e suavizei a expressão ao notar o quão aterrorizada ela estava. O momento perfeito pra começar a jogar- Mas não vamos deixar isso nos atrapalhar certo?- Me aproximei e coloquei a mão em seu ombro.- Isso são mágoas passadas! E você já passou por tanta coisa não é mesmo? Foi rejeitada por seu amor, zoada por todos da escola e perseguida a vida inteira graças aos erros do seu pai... é realmente difícil não é?- Comecei a passar o polegar por sua bochecha- É difícil ser feliz aqui né?

Um tom de ironia e pena estava em minha voz, como se eu estivesse falando com meu animalzinho de estimação.

Rapidamente com um estalo ela parecia despertar do transe. Em outras palavras mais secas, a fixa dela caiu.

-Você não é o Midoriya! Não pode ser! O Midoriya que eu conheço nunca falaria coisas desse tipo! Você é um monstro!- Começou a espernear.

-Eu nunca disse que era o Midoriya que você conhecia.- Ela parou de gritar- eu sou ele sim, só que bem melhor e preparado pra viver nesse mundo... Vocês me fizeram assim... Pessoas medíocres de espírito como você corromperam esse mundo e me corromperam... está na sua frente e você nem vê, não é? O seu egoísmo e sua ganância te trouxeram até aqui.

-Do que você está falando?! Você é louco! Eu vou...

-VAI FAZER OQUE?!- Disse rindo- Vai chamar a polícia?! Nossa eu iria adorar a manchete! "Garota de programa assassina jovem estudante prodígio e culpa um garoto morto de influência-la"- Gargalhava alto, fazendo minha voz ecoar solitária e horripilante por todo o local- eu adoraria ver você tentar.

-E acha que eu não consigo?- Claramente blefando, dava pra ver suas pernas tremendo e o olho marejado.

-Na verdade tenho plena certeza... e mesmo que conseguisse oque acha que a família dela vai fazer com você?- Mais um choque, pude perceber mais medo se acumular nela, é sério que ela não pensou nem mesmo nisso? Patético