liberdade

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Passos ecoando pelo salão. Uma suave música de fundo, os pés cobertos por meias quentes deslizando no chão de madeira como se dançassem sobre nuvens. Liberdade.

Ninguém percebe as risadas, o cabelo bagunçado ou o casaco mal colocado, balançando para lá e para cá enquanto segue um ritmo próprio. Ninguém percebe sua paz e é esse o detalhe que faz a pequena garota dançante se sentir livre: a liberdade de ser quem é sem receio de desapontar.

Ela vive, vive e vive levemente como quem voa em uma tarde tranquila e sem bloqueios. Chega a ser estranha a sensação de voar rente ao solo, com aquela atmosfera tão serena e que a joga aos riscos sem medo de ser feliz por alguns soltos momentos.

Seus olhos sorriem. Gira, anda, escorrega e ri novamente. Ninguém se importa. A magia floresce e tudo o que a consome ali é consequência da alegria de estar só em meio aos outros. Uma linda fada solitária, aproveitando o breve período em que pode se ver fora da gaiola invisível que sempre carrega consigo — a prisão que se esconde sob o brilho dos seus olhos, felizes por sentirem a sensação da liberdade bem diante destes.

A liberdade tem um gosto bom, embora seja efêmera. E aqui reside a graça de se inserir nela: enquanto ainda existe, pode ser sentida e apreciada em sua mais completa forma.

gritos de identidade (poesia)Onde histórias criam vida. Descubra agora