fragmentada

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estrelas aglomeradas
costuradas
gritam por liberdade

cada uma delas
é uma parte de mim
pedindo socorro

formam constelações difusas
presas em um céu
coberto pelo manto invernal

a angústia colapsa
e sem norte
as identidades se chocam

eu não sei que lado sou
tem tantas e tantas faces
que me constituem

meu estômago revira
e meu coração pede
que eu me quebre inteira

em pedaços
eu me corto em estilhaços
que perfuram e fazem arder
todos os meus átomos

talvez eu deva ouvir
tudo o que minhas partes dizem
e me libertar
de mim

se quebra
se dilacera
se destrói

talvez eu deva colapsar
matar minhas ligações internas
deixar de existir
e libertar minhas estrelas

uma parte de mim
ainda vai brilhar no céu
mas não enquanto eu viver

o espaço parece mais frio
depois que meu retrato
se partiu

qual máscara devo usar agora?

gritos de identidade (poesia)Onde histórias criam vida. Descubra agora