I Bet You Look Good On The Dancefloor

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I Bet You Look Good On The Dancefloor - Arctic Monkeys

I wish you'd stop ignoring me

Because you're sending me to despair

Without a sound, yeah, you're calling me

And I don't think it's very fair

That your shoulders are frozen (cold as the night)

Oh, but you're an explosion (you're dynamite)

Your name isn't Rio, but I don't care for sand

And lighting the fuse might result in a bang, b-b-bang-oh

I bet that you look good on the dance floor

I don't know if you're looking for romance or

I don't know what you're looking for

I said, I bet that you look good on the dance floor

Dancing to electro-pop like a robot from 1984

Well, from 1984

— ...mas ainda não tenho certeza do que fazer. O que você acha? — perguntou Lucía, sem tirar os olhos das batatas que descascava ao lado da pia.

Ao ouvir a interrogação flutuando no ar, Juliana voltou à realidade.

A morena estava do outro lado da cozinha minúscula, supostamente preparando os hambúrgueres de soja que almoçariam naquele dia. Seus pensamentos, no entanto, estavam bem longe da tarefa.

— Desculpa, bebe. Não escutei nada que você falou. — respondeu, com uma sinceridade constrangida.

Lucía girou os calcanhares para encará-la, jogou um pano de prato sobre o ombro e cruzou os braços. Então, ergueu as sobrancelhas.

— Eu disse que não sei se devo ir ao teste de elenco que minha agente arrumou para mim, porque o filme parece terrível e não tem nada a ver comigo. — repetiu a loira, pronunciando cada palavra com a lentidão de uma criança aprendendo a ler.

— Certo... — comentou Juliana, num tom vacilante, sem ter outras palavras para oferecer à sua amiga. Não tinha processado uma única informação da digressão de Lucía sobre tudo que tornava o tal projeto de longa-metragem uma péssima ideia.

A cantora fitou os próprios pés descalços e usou os nós dos dedos das mãos para batucar um ritmo nervoso sobre o tampo da pequena mesa de madeira, em frente a qual estava sentada. Não ousou formular nenhuma desculpa para sua distração. Sabia que estava sob o olhar vigilante da única pessoa que conhecia cada nuance de sua personalidade. Era uma perda de tempo mentir para sua melhor amiga.

— Está acontecendo uma coisa. — revelou, por fim.

— Ah, não me diga. — ironizou Lucía, dando dois passos para se aproximar dela — Me conte tudo, Juli.

Contar tudo. Claro, seria um prazer.

O problema é que não havia nada para contar. Ao mesmo tempo, havia muita coisa.

Desde a noite em que ficou bêbada o suficiente para responder a um flerte de Valentina com uma mensagem convidativa, vinha sendo metralhada por uma série de provocações feitas por sua companheira de ação de marketing.

A cada oportunidade, a loira a presenteava com frases curtas e diretas o suficiente para causar palpitações. Na primeira vez, seu impulso foi revirar os olhos e oferecer o silêncio como resposta. Na segunda, se viu obrigada a enviar um emoji e uma risada — Valentina sabia como ser ousada e divertida demais para ser ignorada. Na quinta, já estava devolvendo cantadas à altura.

Time to Pretend [Juliantina AU]Where stories live. Discover now