1980s Horror Film

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1980s Horror Film II - Wallows

I

Oh, I was so scared

She had the curtains down

So there was no glare

She pulled up a chair

And gave me the bed

And all these crazy things

Went through my head

It seems so long

I need someone

I don't know what to say

She was sitting there

I could touch her hair

But still we watched

A 1980s horror film

Três semanas depois de ceder ao título de amiga com benefícios, Juliana estava pronta para admitir que transar regularmente com Valentina fazia maravilhas pela sua qualidade de vida. A dinâmica entre elas era tão simples e fácil que, às vezes, chegava a ser perturbadora.

Em alguns dias, Valentina telefonava ou enviava mensagens perguntando se Juliana queria encontrá-la na cobertura. Juliana sempre queria, mas protelava a resposta para não dar o braço a torcer. A roqueira, por sua vez, sabia que ela estava apenas dançando ao redor do "sim", mas entrava no jogo pela força do hábito e aguardava pacientemente pela decisão que já estava tomada.

Em outros, se encontravam em algum bar relativamente discreto antes de irem para o apartamento. Aquelas noites eram as preferidas de Juliana. Gostava de conversar com Valentina. Durante todos os anos que passou sendo apenas uma fã, devorou todas as entrevistas da loira com um fascínio latente, certa de que falar sobre a vida com ela deveria ser uma experiência incrível. Agora, tinha certeza. Até mesmo os processos de contornar as piadas sarcásticas e de lidar com flertes escancarados demais para ambientes lotados tinham se tornado parte de uma rotina agradável e familiar.

Também criaram o costume de escapar para a cobertura depois de cumprirem compromissos relacionados ao namoro falso. Foi exatamente o que aconteceu naquela quinta-feira. Se encontraram no meio da tarde para o habitual desfile em frente aos paparazzi e, de lá, seguiram para a cama king size de Valentina.

Já passava das onze da noite quando Juliana finalmente abriu a porta de seu apartamento e entrou em casa. Era a primeira vez em três dias que chegava antes da meia-noite.

— Ora, ora. Quer dizer que você ainda mora aqui? — provocou Lucía, assim que viu a amiga.

A atriz estava na cozinha, encostada na pia com um saca-rolhas e uma garrafa de vinho. Juliana bateu os olhos no rótulo e reconheceu a marca barata e horrível que compravam de vez em quando no mercadinho da esquina. Num gesto automático, retorceu a boca assim que lembrou do sabor intragável da bebida.

Estava mal acostumada depois de beber com Valentina por quase um mês.

— Ha-Ha. Muito engraçado. — disse a morena, entrando no cômodo — Você sabe muito bem que eu venho para casa toda noite, só chego tarde quando estou...

Antes de terminar a frase, Juliana girou a cabeça na direção da mesa que mantinham no cômodo e se deparou com Eva Carvajal. Sentada em sua cozinha. Em frente a dois copos e uma garrafa vazia. Do maldito vinho barato.

Time to Pretend [Juliantina AU]Where stories live. Discover now