Gods & Monsters

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► Gods & Monsters - Lana del Rey

In the land of gods and monsters

I was an angel, lookin' to get fucked hard

Like a groupie incognito posing as a real singer

Life imitates art

You got that medicine I need

Dope, shoot it up straight to the heart please

I don't really wanna know what's good for me

God's dead, I said 'baby that's alright with me'

No one's gonna take my soul away

Living like Jim Morrison

Headed towards a fucked up holiday

Motel, sprees, sprees, and I'm singing

Fuck yeah give it to me, this is heaven, what I truly want

It's innocence lost

Innocence lost

Valentina Carvajal já tinha acordado em uma série de lugares estranhos, mas aquela era a primeira vez em que despertava numa banheira cor-de-rosa vazia.

A jovem precisou de longos minutos para controlar o enjoo que a ameaçava. Também foi necessário reunir forças para enfrentar a dor de cabeça que se espalhava pela nuca e a maldita sensação de ainda estar bêbada.

Depois de uma árdua preparação psicológica, finalmente sentiu que estava pronta para girar o corpo, sair da banheira e se levantar. Por Deus, como era possível que suas têmporas latejassem daquela forma a cada passo, sempre que seus coturnos pretos batiam contra o chão?

A garota parou em frente ao espelho e analisou sua aparência rapidamente. Precisou fechar os botões da calça jeans — que estava toda suja de terra, por sinal — e ajeitar o top cropped de renda preta. Os cabelos dourados estavam bagunçados, mas minimamente apresentáveis. O mesmo não podia ser dito da sombra preta que um dia esteve em suas pálpebras, mas agora formava grandes círculos irregulares em torno dos olhos brilhantes e azuis.

Usando uma intimidade que não possuía com aquele espaço desconhecido, Valentina abriu a porta do banheiro sem cerimônia, e descobriu que estava em uma suíte.

O quarto que a recepcionou era no mínimo peculiar. Para começar, havia uma overdose de cor-de-rosa — no papel de parede, no carpete, nas cortinas, nos lençóis e até mesmo nos cabelos da mulher nua que dormia profundamente sobre a cama. Estantes de madeira clara estavam abarrotadas de bonecas de porcelana de todos os tamanhos possíveis, encarando o nada com olhos esbugalhados, como num filme de terror.

Observando tudo com um olhar preocupado e curioso, a garota caminhou até a porta e alcançou sua jaqueta de couro, que estava jogada no chão. Apalpou os bolsos com certa apreensão. Chave. Celular. Carteira. Respirou aliviada. Tudo ia acabar bem.

Valentina deixou o quarto sem olhar para trás e continuou sua excursão pelo apartamento — que, sim, era completamente decorado em diferentes tons de rosa, com pequenos detalhes brancos como zonas de respiro. Horrorizada, a loira tratou de apressar o passo em direção à cozinha conjugada, onde abriu a geladeira sem nenhum constrangimento. Após estudar suas possibilidades por alguns instantes, alcançou uma garrafa de cerveja no fundo de uma das prateleiras e abriu a tampa com um movimento certeiro na quina da mesa.

Tinha aprendido a estratégia de beber mais álcool gelado para afastar os efeitos colaterais da ressaca há alguns anos, durante uma série de shows na África do Sul. Não era infalível, mas ninguém podia negar que era um método divertido.

Time to Pretend [Juliantina AU]Where stories live. Discover now