Já mal respirava, o ar era escasso e eu já me sentia tonta.
Senti os meus olhos a fecharem, aos poucos estava a deixar o meu corpo, sentia que algo mais confortável ia acontecer se fecha-se os olhos.
A Morte ia acontecer, Mary lembra te a morte não é confortável, é apenas a Morte. O meu consciente ataca, até nestes momentos ele está cá para me pregar partidas.
E foi no meio da agonia que senti uma mão sobre a minha.
-Mary.
-Martha?!
-Sim sou eu, calma, vou tirar o feitiço sobre as cordas.
Esta pronunciou algo que eu não entendi e as cordas soltaram-se. A minha respiração era já bastante irregular.
Martha abraçou-me e senti alguém a pegar-me ao colo, Martha ia a nossa frente a fazer um feitiço pra que as chamas se afastassem.
-Lúcia.
Eu sabia que ia desmaiar, o pouco oxigénio que ainda tinha no meu corpo estava a esgotar-se.
-Salvem-na.
E a partir daí apaguei.
************
Acordei, estava deitada na minha cama, ao meu lado dormia passivamente Sophia.
Mexi-me devagar, o meu corpo estava um pouco pesado.
-Mary?
Olhei para o lado e encontrei Rhui sentado na poltrona, este levantou-se e abraçou - me.
- Pensei que te ia perder.
-Mas não perdes-te.
- Não sabes o quanto sofri só de pensar que isso podia acontecer.
-Pronto, já passou, não vamos falar mais disso.
Entretanto todos entraram no quarto falei um pouco com eles e com Sophia que acabou por acordar com o barulho.
Quando apenas ficamos eu e Rhui, falei-lhe que queria por Sophia numa psicóloga, não queria que ela ficasse com alguma sequela deste incidente.
-Sim claro, amanhã falo logo com a psicóloga lá da escola para ela acompanha la.
-Obrigada.
-E tu como estas?
-Estou bem.
-Mary, não tentes ser forte o tempo todo, não resulta, e é normal que isto te tenha afectado.
-Sim afectou, não vou nega-lo, mas já estou habituada aos contratempos da vida, agora só quero seguir com ela o mais normalmente possível.
-Assim o faremos.-Este beijo-me delicadamente.
-Rhui.
-Sim querida.
-E Lúcia?
Rhui olhou para o chão e de seguida para mim -Ela não sobreviveu, quando Martha a foi procurar já estava morta.
Olhei para o chão e apenas suspirei, não sou hipócrita ao ponto de dizer que tenho pena que morra, mas penso que ela apenas precisava de ajuda.
*******
2 meses depois
O tempo passa a correr, já passaram dois meses desde o incidente.
Sophia vai a psicologa e esta diz que ela se encontra perfeitamente estavel a nível mental, ela é uma menina muito forte.
Ela está a transformar-se numa menina linda, tem crescido tanto a todos os níveis, e sou orgulhosa por a poder chamar de filha.
Rhui depois do incidente começou a dar-me aulas de defesa, e penso que isso ainda nos juntou mais, estamos melhor que nunca.
Temos uma nova colega cá em casa, esta substitui agora Lúcia, é uma pessoa extremamente atenciosa e gentil e sabem ela e Miguel deram-se logo muito bem e não demorou muito para estes começarem a ter algo.
Martha começou a namorar com um professor lá da escola e está extremamente feliz.
Tudo se tem composto aos poucos.
Hoje eu e Rhui íamos sair para jantar, fazia-mos isto as vezes, também precisamos de um tempo só os dois.
Eu tinha vestido o meu longo vestido vermelho com uma raxa lateral, e os meus saltos altos pretos.
Rhui utilizava o seu belo fato e gravata, que lhe acentava perfeitamente.
-Lembras-te disto?
-Foi o primeiro restaurante que viemos em família, eu, tu e Sophia.
-Exactamente.
Falamos das coisas mais radicais como dos programas de televisão e dos acontecimentos mais estranhos no mundo, e falamos também de coisas mais sérias como algumas situações da Ordem ( era frequente fazermos isto, trocava mos opiniões e depois decidiamos praticamente tudo em conjunto) e da nossa filha, claro.
Estava a ser super agradável, mas algo se passava, conheço Rhui muito bem e sei que ele está nervoso com algo.
-Amo-te.
Rhui olhou para mim e sorriu - e é também por estas coisas que sei que és a mulher da minha vida.
Entretanto acabamos de comer a sobremesa e sai-mos, estávamos a dar uma volta pela praia ( adoro ouvir o som das ondas) quando Rhui se virou para mim e sorriu.
Vi este por a mão no casaco e retirar uma pequena caixa de veludo vermelha.
-Tu não sabes o quão bem me fazes, eu até te conhecer estava apenas vivo, mas não vivia a vida, e depois passados tantos anos apareceste, cheia de vida e amor, eras um raio de sol e eu devido a ser tao escuro estava com medo.
Mas não precisava de o ter, pois já na altura sabia que te ia amar, que me ias ter na mão, assim, tão facilmente. E eu estarei internamente grato por tu me amares assim tão intensamente, por isso e mais uma centena de motivos te peço hoje em casamento, pois quero estar do teu lado para o resto da nossa eternidade.
Vi-o se ajoelhar e abrir a pequena caixa, lá dentro estava um anel de diamantes, o diamante tinha uma cor rosada e era em forma de coração.
-Mary aceitas casar comigo?
Primeiramente pus a mão a boca em surpresa e depois saltei para o seu colo.
- Sim claro, claro que quero.
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Vampira!?
Vampire"Como me tornei neste ser tão diferente? Eu queria ser diferente mas não tanto assim..." Está é a história de Mary, uma linda rapariga do campo que se apaixona por James, o filho do senhor da aldeia,mas espera-lhe muitas coisas impensáveis, pois est...