Estrelas

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E ali estava eu a ser embalada como um bebé, que não conseguia dormir, de certa forma sentia-me segura, pois sabia que ninguém me iria fazer mal.

Mas não me podia deixar vencer pelo conforto, não podia deixar que os braços daquele homem que me maguára ainda a pouco me dessem tanta segurança, Rhui susurava que estava tudo bem, e eu apenas chorava.

Sentei-me na cama, limpei todas as lágrimas e olhei para ele.

-Eu estava a passar para a cozinha e ouvi-te a gritar.

-Eu não queria vos incomodar- a verdade é que eu não sabia que tinha estado a falar/gritar.

-Mais alguém?

- Não.... Lúcia dorme, tal como Martha, Telmo e Miguel sairam a pouco, acho que foram a um bar aqui da zona.

-ok... Baixei a cabeça estava deveras envergonhada.

-Estás bem?

-Sim.

-Eu vou comer qualquer coisa.

Dito isto saiu do meu quarto, não me sentia nada confortável com a ideia que ele me viu numa situação frágil, que ele me viu fraca.

Levantei - me e fui tomar um banho, visto que estava soada divido aquele horrível pesadelo.

Depois do banho, não consegui dormir, então desci, passei pela sala para não o ter de encontrar.

Cheguei ao jardim e sentei-me num banco de madeira que nos lá tínhamos.

Observei as estrelas, era algo que eu realmente gostava de fazer.

Acho as estrelas uma coisa fascinante, é óbvio que sei que são astros, mas como tudo na minha vida, continuo a achar que são mágicas, que de certa forma, cada estrela é uma pessoa que morreu e que está lá em cima a olhar por nós.

Acho que tornei me numa pessoa que acredita demasiado em magia.

Estava já a algum tempo a olhar para o céu quando...

-Também não consegues dormir?

Rhui estava ao meu lado no banco de madeira, ele era sempre tão sério e mandão que quando ele falou com tanta calma eu fiquei admirada.

-É, não tem sido uma boa noite.

-O que é que sonhaste?

-Eu vou para o meu quarto.

Ele agarrou-me no braço e virou-me. -Não fujas de mim.

-Não falas assim comigo

-Porque que tens de ser assim?

-Como?

-Tu contrárias-me, não me respeitas.

-Eu respeito-te, apenas não faço tudo o que queres, como os outros.

-Eles respeitam-me, nós somos uma família.

-Eles têm medo de ti, por amor a deus, custava-te muito ser um pouco mais brando.

-Se passes o que eu passei, sabias que ser brando não faz com que as pessoas te respeitem.

-Estas pessoas são a tua família e elas já te respeitam.

-O mundo não é assim tão bonitinho.

-Não me digas, os meus pais foram assassinados e eu vi eles morrer, lembras-te?

Houve silêncio, apenas silêncio...

-Desculpa.

-Anh?

Ele estava a pedir desculpa, aquele homem frio e severo estava a pedir desculpa.

-Eu não devia ter dito isso, desculpa.

-ok

Eu estava feliz, aquela "pedra" mostrou ter sentimento, ficou arrependido, ou pelo menos era o que parecia.

-Eu vou para o meu quarto.

-Ok...

Levantei-me e já estava a entrar em casa.

-Mary.

-Ahn?

-Boa noite.

-Boa noite- estava admirada, provavelmente foi a conversa mais amigável que tivemos desde que aqui cheguei.

Fui para o quarto e não consegui adromecer mais, mas permiti a mim mesma descansar e ler um bom livro...

Vampira!?Onde histórias criam vida. Descubra agora