verdade

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Eu e Sophia tínhamos acabado de comer os nossos gelados.

-Mãe

-Sim querida.

-Pode-mos ir comprar roupa, preciso de mais roupa mãe.

-Eu sei, estás a crescer muito rápido.

-Mãe, eu sou uma criança vampira em crescimento é normal.

Eu ri-me.

Fomos as compras, quando vi-mos já eram 9 e meia e estávamos cansadas e com fome.

Fomos para casa, quando chegamos ainda estavam a acabar o jantar, enquanto eu fui arrumar as coisas no quarto, Sophia ajudava a por a mesa.

-Precisamos de falar.

-Agora não Rhui.

-Mary  porfavor.

-Desculpa, mas preciso de espaço.

-Mãe o jantar está pronto.

-Não me faças isto- Rhui agarrou o meu braço- Rhui.

Ele olhou para mim.

-Estiveste a chorar?

Desviei o olhar- Tenho de ir.

Nem Rhui, nem Lúcia apareceram para jantar.

Ajudei Sophia nos trabalhos de casa e fui deita-la.

Desci as escadas e encontrei Miguel e Telmo e arranjarem-se.

-Vão sair?

-Trabalho, doce.

-Boa sorte.

-Nós não precisamos de sorte- Miguel disse e deu-me um beijo na testa- Até logo.

-Ei miúda, está tudo bem?

-Sim?!- saíu mais como uma.pergunta.

-Quando chegar falamos.

-Telmo.

-Não arranjes desculpas, até logo bebé.

Telmo era assim, protetor mas engraçado, adorava-o mais do que qualquer coisa neste mundo.

Dei uma volta pela casa, que era enorme.

Martha tinha ido este fim-de-semana vesitar a mãe.

Sophia estava na cama a dormir, Lúcia provavelmente fechada no seu pequeno apartamento, é verdade ela tinha uma zona na ponta da casa só dela, e Rhui, não sei.

Fui para o jardim, hoje havia estrelas, sentei-me no banco de madeira e encostei-me.

Estou farta disto, eu vi o desespero nos olhos dele, mas Lúcia  , acho que o que mais me magou foi ela estar na mesma casa do que eu.

-A ver as estrelas.

Quando ouvi a sua voz, fiquei automaticamente dormente.

-Há hábitos que nunca mudam.

-Mary, juro-te que não tenho qualquer sentimento pela Lúcia.

-Porque que não me contaste?

-Não sabia como dizer.

-Unh

-Ouve, eu não gosto dela, ela não significa nada.

-Ela é linda.

-Mas tu és mais.

-Rhui, dói sabes, ela vive na mesma casa do que nós, tu e ela, vocês...

-Não existe um nós, foi uma brincadeira, eu amo-te a ti.

-Não me magoes, porfavor.

-Eu não quero, juro, que a última coisa que quero é que sofras.

Silêncio, o meu cérebro só dissia que eu amava-o e devia confiar nele.

-Verdade?

-Verdade

-Ela disse, que tu não amas, que não és assim, que não és querido, que não te esforças, mas estás, porque?

-Porque não quero te perder, e eu já amei mas sai magoado, mas de alguma forma salvaste-me da solidão.

Ele estava deitado na relva a olhar para o céu.

Levantei-me e deitei-me ao seu lado, aconcheguei-me a ele.

-Fizeste por mim, tanto.

Vi a sinceridade por detrás de cada palavra.

Beijei-o

-Estamos bem?

Eu olhei para ele e sorri- Estamos bem.

Estive-mos assim durante algum tempo, só a ver as estrelas.

-Achas que sou apenas uma miúda?

-És uma mulher, uma extraordinária mãe, uma amiga fiel e uma namorada dedicada, não és uma miúda, já passaste por tanto, e nunca Fizeste mal a ninguém, eu traço o perfil dos vampiros que matam sem razão, e tu podias ter sido "má" mas és forte o suficiente para te ligares as coisas boas da vida.

-Conta-me a tua história.

-O quê?

-Todos temos uma, eu quero saber a tua, contas-me?

-Conto-te...

Vampira!?Onde histórias criam vida. Descubra agora