encantas-me

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Quando percebe-mos que nutrimos sentimentos por alguém, inicialmente vem aquela estranha nostalgia, depois a felicidade, dúvida e por fim medo,medo de nos magoar-mos, medo de errar, de cometer algum erro, errar é  humano , a minha mente ataca, mas eu não sou humana e então na minha situação há que ser mais cuidadosa.

-Desejam mais alguma coisa?

Eu e Rhui já tínhamos acabado de comer.

- Um café para mim, Mary?

-Não, obrigada.

Passado segundos Louis entregou o café a Rhui.

-Depois trás a conta porfavor.

-Ah, O senhor Harris, mandou os comprimentos.

Este sorriu e saiu.

-Ele é sempre assim.

-Parece ser simpático.

-E é, um dia levo-te a conhece-lo.

Apenas sorri, porque iria ele me apresentar a um amigo.

-Vamos?

-Sim, claro.

Eu e Rhui levantamo-nos

A praia estava tão sossegada, o mar agora já estava calmo, uma leve brisa beijava-nos o rosto e as estrelas olhavam para nós atentamente.

Rhui caminhava ao meu lado.

-Vamos sentar-nos?-Disse

-Sim claro- Rhui parecia eu, normalmente eu é que estou sempre envolvida nos meus pensamentos.

-Eu não sei explicar- Passados 10min foi a primeira coisa que Rhui disse, para ser sincera aquele silêncio estava a começar a aborrecer-me.

-Ahn?

-Eu não estou habituado a isto?

-Isto?

-Sim Mary, não estou habituado a ter alguém que me contrarie e ao mesmo tempo me fascina.

-Mas...

-Não, deixa-me acabar.

-Eu sou assim, eu gosto de ter tudo controlado, não estou habituado a que as coisas saíam do meu controlo e tu fazer isso, tu foges do meu controlo, e eu odeio isso mas ao mesmo tempo adoro quando o fazes, és tão transparente mas ao mesmo tempo tão misteriosa, fazes-me pensar o que há em ti que me encante e depois percebo que é  tudo, a tua personalidade, o teu corpo e a tua gentileza, tu.

-Eu...

-Eu grito contigo porque me enervas, mas depois só me apetece te encorralar contra a parede e fazer coisas que nem te passam pela cabeça.

-Eu preciso que faças isso, preciso que reajas, preciso de ver que tens sentimentos, Rhui eu estou perante ti e tenho medo que amanhã me ignores, que finjas que nada se passou hoje.

-Eu sou complicado.

-Já olhaste bem para mim, eu sou uma confusão, tanto que as "pessoas" nem conseguem ler a minha mente, só porque sou demasiado difícil de entender.

-A mim pareces-me tão forte, mas ao mesmo tempo tão frágil, e eu as vezes só quero pegar em ti e fugir, não deixar que ninguém te magoe.

Não sabia o que dizer, estava no ambiente perfeito a ouvir o que sempre quiz que me dissessem, mas tenho medo que ele amanhã volte a ser o homem frio e rígido que estou habituada a ver.

Sem me aperceber os seus lábios estavam junto dos meus outravez, este era um beijo mais calmo, algo tranquilizador, ele estava a tentar passar o que sentia por aquele beijo e eu estava a tentar perceber.

Deixei-me ir, a sua língua tocava carinhosamente na minha e as borboletas no meu estômago estavam a voltar, a sua mão encontrou as minhas costas e acarinhou-as suavemente, e eu estava a perder-me nele, aos poucos ele estava a entrar no meu coração e a marcar-me.

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