Capítulo 3 - Uma conversa com o diretor

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Já passava das duas da manhã quando Snape adentrou aos seus aposentos largando a capa de viagem em cima de uma poltrona na sala e pegando um copo com Firewisky no minibar a um canto. O homem de aspecto cansado largou o corpo no sofá levando o copo gelado à testa suada. Mas por mais cansado e esgotado que Severus Snape estivesse devido às atividades do Lord das Trevas em sua reunião sobre o andamento no Ministério da Magia, o professor de poções não conseguia tirar da mente a conversa que tivera com o diretor de Hogwarts no almoço do dia anterior.

Estava marcado a ferro e fogo em sua mente o olhar cansado e preocupado que Dumbledore lhe dera ao entrar em seu escritório enquanto a escola estava almoçando no Salão Principal.

- Queria me ver, diretor?

- Sim Severus, preciso muito conversar com você, sente-se, por favor.

Snape se sentou na cadeira de sempre, em frente ao diretor e negou a balinha que o ancião lhe oferecia. Apenas entrelaçou os dedos e aguardou Dumbledore começar.

- Lhe chamei aqui, Severus, pois temo que algo pior do que todos os atos de Voldemort estejam para acontecer.

- E o que seria? – Perguntou Snape calmamente.

- A lenda.

- Aquela lenda?

- Essa mesma. Ele fará se tornar realidade. Já tem a predestinada.

Snape se mexeu desconfortavelmente.

- Como sabe disso? Não ouvi o Lord dizer uma única palavra sobre isso nas reuniões.

- Demorei um tempo para saber a verdade, mas em minhas buscas acabei descobrindo quem era a descendente das trevas.

- O Lord então pretende usá-la?

- Não, pior, ele pretende engravidá-la. Ela sozinha não é forte o bastante, é apenas uma humana, mas Voldemort tem grande poder e pretende, com um feitiço certo, fazer nascer a guerreira das sombras.

Snape nada disse, apenas olhou com a testa franzida para o diretor.

- Ela será mais forte que ele, pois terá em seu sangue a descendência das trevas e os poderes de Voldemort.

- E o que pretende fazer quanto a isso?

- Só há uma coisa a fazer.

Snape estreitou os olhos ao perceber o que Dumbledore queria dizer. Mas como?

- A princesa da vida?

- Exatamente, somente a princesa da vida poderá combater a guerreira das sombras, somente as duas têm poder suficiente para isso, nem mesmo um exército conseguirá deter Voldemort quando sua filha nascer. E Severus, ele usou o feitiço, ele já a engravidou.

- Pelo jeito ainda não confia o bastante em mim para contar a origem de suas fontes.

- Não é uma questão de confiança, é uma questão de segurança. Não é bom que saiba de tudo Severus, mas é muito bom que saiba da minha confiança em sua pessoa.

Snape descansou as costas no encosto da cadeira e esfregou o rosto com as mãos antes de olhar para Dumbledore novamente.

- E como fará para renascer a princesa?

- Eu sei quem é a pessoa descendente da luz, a princesa terá que vir dessa pessoa, mas ela não poderá fazer isso sozinha, seus poderes não estão desenvolvidos o bastante, é ai que você entra meu amigo.

- O que pretende que eu faça Alvo, tente arrancar mais informações do Lord? Recite um feitiço complexo que na sua situação é difícil?

- Não, é uma coisa muito mais importante.

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