Cada dia mais apegado, cada dia mais proibido

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Capítulo 19 – Cada dia mais apegado, cada dia mais proibido.

Snape dormia tranquilamente naquela noite de ano novo sentindo o perfume gostoso que a pele jovem exalava, seu nariz enterrava-se inconscientemente nos cabelos revoltos deixando que aquele aroma delicioso e característico o dominasse inclusive nos sonhos, antes repletos de sombras e obscuridades de sua infância, agora apenas branco com verde. Agora não havia mais pesadelos o assolando e o obrigando a permanecer o máximo de tempo acordado atrasando o sono necessário para que as lembranças não o tomassem e não o fizessem gritar até que finalmente acordasse e tremesse de medo.

Não. Agora tudo estava perfeito. Pelo menos por enquanto.

- Severus?

A voz mole e quase adormecida o chamava baixinho enquanto a mão pequena tocava em seu braço delicadamente. Deveria acordar para saber o que era, mas o calor do corpo dele era tão gostoso e tão calmo, o fazia tão bem que não tinha a menor vontade de abrir os olhos, só aperta-lo mais ainda contra si e enterrar-se em seu sono sem sonhos novamente.

- Severus? – Chamou novamente.

- O que é, Potter?

- Faz um favor? – Perguntou o menino.

- O que você quer?

- Você fica lindo assim sonolento. – Riu Harry virando-se e ficando de frente para o homem. Apesar de estar acordado, Snape estava tão parado que parecia ferrado no sono, no entanto prestava completa atenção ao menino. – Você disse que eu podia pedir o que eu quisesse para você.

- Estou começando a me arrepender de ter dito alguma coisa. – Murmurou Snape ainda quase imóvel.

- Se não quiser fazer, não precisa. – Sussurrou Harry baixando a cabeça e olhando para o peito do homem.

- Não comece com drama, Potter. O que você quer?

- É besteira, Severus, eu tive um sonho idiota só isso. – Disse mexendo nos ralos pelos do peito do homem antes de se aconchegar em seus braços e esconder o rosto em seu pescoço exalando seu perfume de ervas. – Vamos dormir.

- Ah! Potter. – Murmurou Snape deitando Harry de costas e passando os lábios em seu pescoço. – Não sabe como essa mania de dramatizar me deixa completamente irritado e excitado.

- Severus. – Sussurrou Harry. – Dessa forma vou gozar só com suas palavras.

- Não seja apressado. – Respondeu o homem passeando a mão pelas pernas trêmulas. – Não farei nada até que me diga o que deseja.

- Já até esqueci.

- Então se lembre.

- Nesse momento não interessa muito. – Gemeu Harry mexendo o quadril.

- Para mim sim. – Disse Snape erguendo-se nos cotovelos e olhando dentro dos olhos afoitos. – Quero fazer isso. – Franziu a testa e engoliu em seco. – Eu quero te dar o que você me pedir, comprar o que você desejar enquanto eu posso.

Harry ergueu a mão e tocou levemente o rosto dele, sentindo os pelos de sua barba começarem a nascer, Snape o olhava com apreensão, o homem não estava acostumado a dizer em voz alta o que desejava e aquela frase, aquele pedido era algo simples e ao mesmo tempo complexo. O coração de Harry estava inchado de tanto amor que sentia por ele, chegava a sangrar quando o via dessa forma, vulnerável, sentindo medo de ser rejeitado por expor seus pensamentos. Faria o possível para vê-lo sempre com a aura leve que estivera esses dias.

- Diga para mim o que quer. – Pediu Snape tocando os lábios do menino.

- Eu quero... – Sussurrou fechando os olhos rapidamente só para abri-los e se deparar com duas pérolas negras excitadas. – Cerveja amanteigada com lesmas de gelatina explosiva.

A Lenda (Snarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora