Capítulo 26 - O nascimento da luz em meio ao luto

2.1K 195 28
                                    

Capítulo 26 – O nascimento da luz em meio ao luto

"E então no último momento, antes do suspiro que antecede a coragem e o passo que leva a morte, eu tomei conhecimento de sua profunda e sombria verdade e tive medo"

O torpor é o estado de letargia mais poderoso que existe, é quando o cérebro paralisa seus sentidos aprisionando-o em um lugar vazio de sentimentos e razão, onde é possível se proteger das imagens que podem machucá-lo. Torpor era o que segurava Harry naquele chão enquanto seus olhos viam nitidamente o corpo do velho Alvo Dumbledore cair por sobre o balaustre da torre de astronomia. Seus ouvidos captavam o claro movimento dos comensais indo embora, inclusive Severus, o seu Severus. Ele corria pelas escadas do castelo puxando Draco pelo pulso, estava indo embora enquanto continuava deitado no chão, parado embaixo da capa de invisibilidade apenas esperando o momento em que perceberia que tudo aquilo era um tremendo engano.

Esse momento não chegou, pelo contrário, os minutos passavam com rapidez enquanto continuava ali no chão como um fraco entregue a crueldade da realidade. Não, precisava se levantar, pelo bem de todos, inclusive de sua filha, precisava sair dali e ir atrás dele, descobrir a verdade, porque aquela não poderia ser a verdade, Severus não podia ter feito aquilo, tinha que ter outra resposta para tudo. Sentindo-se fraco Harry se esforçou para se levantar e assim que o fez gemeu de dor. Seu abdômen dava pontadas intensas que causava-lhe fortes dores.

- Não, agora não. Aguenta mais um pouco. – Pediu Harry internamente.

Assim que as dores diminuíram um pouco o menino correu pelos corredores vendo a destruição dos comensais que ainda estavam lutando com a Armada de Dumbledore e os membros da Ordem da Fênix. Hermione, Rony, Gina, Luna e Neville davam um banho nos comensais que ficavam mais e mais zangados por não conseguirem acertá-los. Harry deu graças por estarem todos bem, mas sua mente não podia parar para vê-los, precisava correr.

- Harry, aonde você vai? Não pode correr assim. – Gritou Hermione que se preparava para correr atrás do amigo, porém foi impedida por um comensal que quase a acertou.

Harry continuou correndo o máximo que conseguia enquanto sentia as pontadas aumentarem na ponta do abdômen. "Agora não, agora não" pensava enquanto corria. Tudo que pedia era que ela aguardasse mais um pouco, precisava encontrá-lo primeiro, olhar dentro de seus olhos e acreditar que tudo aquilo que viveram fora uma tremenda mentira, que o sentimento belo que ele demonstrara na soleira da porta antes de sair naquele mesmo dia era falso.

Após alguns minutos de muita correria e dor Harry finalmente o avistou no jardim correndo atrás dos comensais que ateavam fogo na casa de Hagrid.

- SNAPE! – Gritou fazendo-o parar e se virar.

- Continuem. – Disse o homem empurrando Draco para Belatriz que estava mais perto.

- COVARDE!

Harry sentiu o feitiço atingi-lo e seu corpo ser jogado longe no gramado duro. Seus pulmões esvaziaram com o baque causando-lhe falta de ar. Seu abdômen parecia explodir de dor, ainda assim se levantou com dificuldade e se virou para Snape que gritava com Belatriz dizendo que não podia machucá-lo, pois o Lord precisava dele vivo. O Lord. O maldito que era tudo para Snape, o ser reptileno que o transformara em um covarde falso.

- VOCÊ MENTIU! – Continuou gritando, mesmo quando já estava próximo o suficiente e os comensais já haviam ido embora. – VOCÊ MENTIU PARA MIM!

- Cale a boca, Potter. Será melhor para você.

- Então essa é a sua verdade. Esse é o seu verdadeiro eu. Você mentiu para mim, me enganou durante todo esse tempo, me fez acreditar que havia mudado e que me amava. VOCÊ DISSE QUE ME AMAVA. VOCÊ DISSE.

A Lenda (Snarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora