Prólogo

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- É melhor que não nos encontremos mais.

- Mas... - Fico sem fala diante de sua frase, apesar de saber que ele não diria algo diferente disso, não pude deixar de ter esperanças. - Ainda podemos ser amigos.

- Eu não tenho amigos. - Afirma e isso me deixa ainda mais triste. Não pelo o fato de ele ter recusado minha amizade, mas por saber que ele dizia a verdade. Ele não tinha amigos, ele não tinha ninguém.

- Tudo bem. - Dou um sorriso triste.

- Adeus, Campbell. - Me dá as costas e se afasta. A cada passo ele fica mais distante, a cada passo desejo que ele ao menos hesite, se volte para trás, diga que mudou de ideia, mas isso não acontece.

- Gabriel! - O chamo em um rompante. O homem permanece parado, mas ainda de costas para mim. Isso me dá coragem para falar o que estava entalado em minha garganta, que só não veio a tona antes para não ferir o meu orgulho. - Todo mundo precisa de alguém em algum momento. Quando você precisar, c-caso você precise... - Começo a gaguejar e tropeçar em minhas próprias palavras. Transmitir solidariedade não era o meu forte, falar tudo isso, por mais simples que seja, era de extrema dificuldade para mim. - Vou estar aqui por você. - Concluo. Sem dar uma palavra, Gabriel continua caminhando até sair do quarto. - Se cuida. - Murmuro para o quarto vazio.

Aquele seria o fim de nossa história, mas o destino sempre é capaz de nos surpreender.

Livro 1: ME AMEOnde histórias criam vida. Descubra agora