Ele não entende...

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Ele tem escrito injúrias sobre mim. Dei-lhe meu coração por um segundo, e agora me culpas por ter se apegado ao que eu nunca havia lhe prometido. Lhe beijei, e ele disse ter sentido amor; lhe abracei, e ele disse ter sentido incêndios em mim, excitações da carne que apenas por desejo eu seria capaz de ter (não tive). Que fantasia. Não me lembro de ter assinado um contrato. Mas veja!, agora ele me ofende e me desgosta, por não ter lhe dado nada mais além de um dia. Suas carências tão absurdas, e sua imaturidade, o fizeram enxergar em mim o príncipe que eu nunca fui, a metade de sua laranja que eu nunca disse que seria. Não tenho controle sobre o que sinto, e não posso sentir amor por alguém que não me convence (Não rolou, amigo, me desculpe).
Nossos corpos não se atraem, mas ele diz que a cama não teria espaço suficiente para nós dois. Nossos lábios não se conversam, mas ele faz poemas sobre os céus que ele encontrou nos meus. Nossos abraços não esquentam, mas ele diz que nunca se sentiu tão seguro quanto em meu colo. Nossas conversas são se completam, mas ele diz ter encontrado sua alma gêmea em mim.
Ele diz que eu o quero.
Mas não quero.
Ele diz que eu o entendo.
Mas não entendo.
Ele diz que eu o pertenço.
Mas não o pertenço.
Ele diz que eu o amo.
Mas nunca o amei.
Então agora ele diz que me odeia.
E eu aceito.
Ele diz que fui um "escroto babaca".
E eu me calo.
Ele diz que sou a pior pessoa com quem ele já esteve.
E já não cabe à mim discordar.
Mas ei!, tudo que tivemos foi uma noite num motel, e não é minha culpa se ele se equivocou em pensar que aquilo deveria significar algo que eu nunca tive intenção de criar.
Deixa quieto.

Dicotomia do SerOnde histórias criam vida. Descubra agora