Onde está?

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Mãe, você disse que um dia eu iria encontrar o amor; mas me diga, por qual rua ele se meteu? Eu tenho caminhado desesperadamente por esse mundo, à procura dessa outra alma que se conecte à minha, mas quanto mais distante eu vou, mas gelado o meu coração se torna; e essa esperança tem se esgotado, mãe. Já não suporto o vazio do outro lado de minha cama; e as noites à sós são como tempestades, e esse tormento não tem me deixado em sossego. A muito tempo atrás você segurou em minhas mãos, e me disse que eu seria feliz ao lado de uma boa pessoa. Mas veja mãe!, eu tenho envelhecido depressa, e a procura nunca foi tão árdua, meu coração nunca esteve tão calejado e iludido, e a solidão nunca esteve tão incrustada em minha alma. Por quanto tempo mais terei que aguentar essa peleja? Se o amor existe, se há alguém nesse mundo para mim, porque ele me deixa definhar aqui nesse canto úmido de meu quarto? Me diga mãe; onde está esse amor? Por favor, me diga quando irei encontrá-lo; pois já não suporto mais esse buraco em meu coração; e tenho medo de não aguentar por muito mais tempo essas noites frias, e ter que preenchê-lo com falsos prazeres.

Dicotomia do SerOnde histórias criam vida. Descubra agora