Sou frágil, carente e até mesmo patético. A ingenuidade é um defeito incrustado em minha alma. Todos que me olham sorriem para mim, pois sou um livro escancarado, e logo percebem o quão fácil é ter de mim o que precisam. Muitos dos amigos que tenho, são como sanguessugas, e hoje eu já me sinto fraco por tudo o que já me tiraram sem nunca se preocuparem em repor. E há quem ainda fale mal de mim; cospem no prato que comeram. Me pergunto quando irei me valorizar e parar de deixar que todos me usem como se eu não passasse de um objeto descartável. Estou desgastado, cansado de confiar no outro, cansado de me doar por inteiro às pessoas, para no final acabar sozinho e aos prantos. Quando irei tomar coragem de dizer um 'não'? Quando irei aprender a pensar em mim antes de pensar no outro? Quando será que finalmente aprenderei a ler as pessoas e entender seus defeitos, antes de me doar à elas?
Ah, e isso dói, essa insegurança, essa incerteza. Não sei se um dia conseguirei de fato mudar. Todos os dias eu tento ser diferente, mas todos os dias eu me vejo esbarrando nos mesmos erros; sempre cedendo, sempre dando o máximo de mim pelo o outro; e eu... fico às minguas, pois ninguém de fato se importa com o que eu preciso ou com o que eu quero.
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Dicotomia do Ser
Non-FictionDeixo aqui textos avulsos, de mundos diversos que há dentro de mim. Tanto do sofrer, quanto do sorrir, eis que tudo se resume à sensações do mesmo ser. Capa: @Adnil_ahcor